por Emilce Shrividya Starling
Todos nós desejamos a paz interior, mas se ficarmos buscando a perfeição em tudo, ficaremos em conflito. O perfeccionista está sempre descontente e insatisfeito. Vê somente os defeitos, não valoriza o que faz e fica focado nos defeitos e erros dos outros.
A Filosofia do Yoga nos ensina que devemos buscar o autoaperfeiçoamento, mas devemos nos libertar do perfeccionismo. Em vez de ficarmos fixados nas coisas que estão erradas e em nosso desejo de mudá-las, é melhor nos sentirmos felizes e gratos pelo que já alcançamos.
Se ficarmos presos em detalhes, querendo mudar tudo ou preocupados com a imperfeição dos outros, ficaremos irritados e ansiosos. Por exemplo, se quisermos mudar a aparência de alguém, o modo como se comporta ou como vive sua vida, nós nos tornamos autoritários e sem gentileza.
Devemos fazer o melhor que pudermos, mas não devemos nos concentrar no lado errado das coisas e das pessoas. Mesmo que as coisas não estejam perfeitas, é bom apreciar e agradecer o modo como as coisas estão no momento.
Desenvolver a aceitação do momento presente é sabedoria. Ao nos libertarmos do julgamento perfeccionista, podemos desfrutar com mais tranquilidade da vida e descobrir beleza em nosso cotidiano.
Aceite a vida como ela está agora. Sinta-se contente com o que você é e possui agora. Isso não significa que você vai cruzar seus braços e desistir de alcançar suas metas. Mas, lembre-se que, ao se aceitar e sentir que a vida está bem agora, você terá mais harmonia, mais contentamento e poderá atrair o melhor para você e para sua vida.
Quando você alcançar a paz interior através dessa aceitação, você ficará mais concentrado nos seus afazeres, desenvolverá mais eficiência e criatividade, podendo assim atingir melhor suas metas, com mais motivação. E, ao mesmo tempo, se tornará uma pessoa mais gentil e transmitirá isso, no trabalho, nos seus momentos de lazer e no seu lar.
Lembre-se de valorizar as coisas que você faz, reconhecendo seu autoesforço, suas habilidades específicas e assim, você amplia ainda mais seu senso de gratidão. Agradeça a você mesmo por tudo que você faz, até mesmo pelas pequenas coisas diárias, pois isso gera autoconfiança e mais serenidade.
Sentindo essa aceitação e sem o julgamento perfeccionista, vamos desenvolvendo a qualidade divina da compaixão. A compaixão é um sentimento que nos eleva espiritualmente e tranquiliza a nossa mente.
A compaixão é desenvolvida praticando-a na vida diária, abrindo nossos corações para as outras pessoas. Para sentir compaixão, devemos nos colocar no lugar delas, reconhecer que suas dificuldades e dores são, muitas vezes, piores que as nossas.
Além da intenção de ajudar, de compreender os problemas dos outros, é importante a ação. Fazer algo para diminuir o sofrimento é amor em ação. Você pode ajudar com algum dinheiro ou com seu tempo. Pode ajudar apenas com um sorriso gentil, com uma palavra amiga, dando um telefonema, escrevendo um e-mail. O importante é que você faça essas pequenas coisas com amor.
Como disse Madre Teresa de Calcutá: “Não podemos fazer grandes coisas nesta Terra. Tudo que podemos fazer são pequenas coisas com muito amor.”
Em vez de reclamar e ver apenas os erros das pessoas, mudamos a nossa perspectiva da vida quando aprendemos a ter compaixão. Começamos a ver o lado bom das pessoas, suas qualidades. E, compreendemos que muitas coisas que julgávamos importantes e erradas, são apenas intransigências do nosso ego negativo.
Quando abrimos nossos corações para sentir amor e compaixão pelas pessoas, aumentamos nosso sentimento de gratidão e passamos a valorizá-las e a reconhecer também seus talentos e boa vontade. Isso traz tranquilidade e diminui o estresse. Você fica em paz com sua mente e com os outros.
Em vez de achar que você sabe tudo, que sempre está com a razão, abra-se para ouvir a opinião dos outros. Ouça-os mais sem interromper o que estão falando. Entenda que até mesmo as pessoas imprudentes, raivosas e mal-educadas que você encontra, têm algo para lhe ensinar .
Uma nobre e essencial virtude que podemos desenvolver é a paciência. Se tivermos mais tolerância com as imperfeições das pessoas, sentiremos menos aborrecimento e frustração pelos erros delas. Essa atitude mental vai nos libertar da raiva acumulada, da irritação e sentiremos mais felizes, com nosso coração apaziguado e agradecido.
Experimente mudar sua perspectiva mental e liberte-se de julgar os outros e a si mesmo com rigidez. Pare de se concentrar excessivamente no lado errado das coisas e das pessoas. Procure descobrir pelo menos uma boa qualidade nelas e, principalmente, descubra boas qualidades em você. Assim, faça as pazes com sua mente e com as pessoas e, começará a descobrir a perfeição na própria vida.
Fique em paz! Namastê! Deus em mim saúda Deus em você!