por Margareth dos Reis
“Estou tendo problemas com meu namorado, eu 38 ele 42. Depois de algum tempo de namoro, fomos à casa dele. Ele muito empolgado, eu sou tímida. Mas depois de um tempo, percebi que a ereção dele diminuía. Na hora achei que era eu, mas ele disse que era normal, que era ansiedade. Depois de um tempo teve uma ereção e disse uma frase “manter foco”, mas ele não manteve a ereção. Tentamos… mas com a falta de ereção ficou difícil. Ele tentou me agradar de todo jeito. Mas mesmo assim fiquei com a sensação que eu sou o problema. Ele me disse que sempre foi assim, que só depois de se acostumar com a pessoa é que ele consegue. Será? Ou sou eu o problema? Com o meu ex nunca aconteceu isso. Ajude-me a entender e se puder ajudá-lo. Em minha cidade não temos recurso”
Resposta: Em um primeiro plano, o que se observa é que o seu namorado demonstrou querer estar com você e procurou ficar à vontade na sua companhia.
Ele estava empolgado, mesmo reconhecendo ficar ansioso quando começa um novo envolvimento de intimidade com alguém. Verbalizou as dificuldades dele e procurou te agradar, conforme você mesma conta, mas isso foi em vão. Por quê? Por que em um outro plano, vocês acabaram reproduzindo um clima bastante comum entre os gêneros, que não favorece nem um pouco o estado de descontração e prazer a dois.
Autopressão masculina
De um lado, um dos fatores que eleva a ansiedade de desempenho sexual do homem é a autopressão masculina por querer demonstrar com a rigidez do pênis o seu interesse, ou seus sentimentos, pela parceira, inviabilizando uma resposta de ereção satisfatória (muito embora o seu namorado tenha procurado ir além desse ponto para te agradar).
De outro, o fator atemorizante para as mulheres é a constatação de não excitação do homem por elas, como se a ereção dele fosse a única forma de demonstração do interesse que ele pode ter, de fato.
Resumo da ópera: ambos os lados ficaram reféns de suas fantasias nada eróticas nem tampouco estimulantes. Apenas dramáticas, uma vez que, quanto o maior o interesse em agradar o(a) parceiro(a) maior o medo do próprio fracasso. Além disso, cada um tende a se relacionar apenas com os seus fantasmas sem enxergar o outro, ou as infinitas possibilidades de prazer que a relação a dois pode oferecer.
Parafraseando o seu namorado: mantenha o foco nessa relação. Ficar imaginando ser o problema, ou ficar comparando o ex com o atual, também não leva a lugar nenhum. Cada novo relacionamento é uma nova oportunidade de aprendizado, autoconhecimento e novas descobertas. Evitar comparações desnecessárias, se abrir para uma nova oportunidade de exploração do prazer e entender que toda situação de satisfação precisa ser construída são requisitos necessários para um casal sexualmente alinhado e satisfeito!