por Rosemeire Zago
"Sinto muita carência afetiva e acho que busco nos homens tudo o que não tive do meu pai quando era pequena."
Resposta: Vamos começar entendendo o que é carência, você sabe? A carência é esperar que o outro a livre de sua dor, solidão, medo, entre outros sentimentos, e a faça feliz, ou seja, que lhe salve de toda dor e tristeza.
Essa carência de amor que não recebeu de seu pai, pode despertar um medo profundo da rejeição e pode fazer com que você tenha muita necessidade em ter alguém, e quando encontrar, acabe criando uma profunda dependência emocional, a qual fará com que você sinta muito medo do abandono e da rejeição, evitando-os a todo custo. Por exemplo, caso seu relacionamento lhe cause mais dor e sofrimento, você sentirá muita dificuldade em separar-se pela dependência gerada pela carência.
É preciso também ficar atenta que a carência pode fazer com que comece um relacionamento sem levar em conta com quem estará se relacionando, sem considerar aspectos importantes como valores, objetivos em comuns, caráter, portanto, fique atenta!
O importante é você reconhecer que ninguém poderá ajudá-la sem que você seja responsável pelos seus próprios sentimentos, pois não importa o quanto você receba de amor de outra pessoa, ela não poderá curar suas antigas feridas e mágoas. Estas só poderão ser curadas quando você aprender a se amar. Portanto, para que você supere e entenda seu passado, o mais indicado é você fazer uma psicoterapia, pois do contrário você poderá transferir para seu futuro companheiro toda responsabilidade em suprir o que não recebeu de seu pai e que ainda não aprendeu a se dar.
Nunca consigo ficar sozinho. Quando fico sozinho sinto-me como se estivesse sendo abandonado. Posso resolver isso sozinho, sem terapia?
Resposta: Você já parou para pensar por que não consegue ficar só? Desde quando isso acontece? Uma das maiores dificuldades do ser humano é ficar consigo mesmo. E sabe por quê? Por medo de pensar e identificar seus reais sentimentos, os quais podem causar dor e sofrimento.
A dependência geralmente é causada pela carência afetiva, gerando uma necessidade em ter alguém, não importando quem seja, não é mesmo? Creio que você frequentemente também dependa da aprovação e reconhecimento dos outros, querendo sempre agradar, ou não? Esses são sintomas de pessoas que sentem necessidade em mostrar quanto são úteis, importantes, na busca inconsciente de amor, porque na verdade não se amam e não se conhecem.
Você diz que quando sozinho se sente abandonado. Já parou para pensar que você mesmo se abandonou? Afinal, o pior abandono é aquele que fazemos a nós mesmos e creio que possa ser isso que aconteceu.
Para que possa se aproximar de você, comece a conversar consigo mesmo e identificar seus sentimentos. Todos os dias, pergunte-se: “o que estou sentindo?” E procure ouvir a resposta. No começo esse diálogo interno pode ser difícil, mas se insistir perceberá que irá ficando mais fácil. Se quiser, poderá escrever, pois isso o ajudará a encontrar as respostas. Conforme você aumentar seu autoconhecimento, aumentará também seu amor próprio e perceberá o quanto sua própria companhia pode ser mais gratificante que algumas pessoas. Mas se sentir dificuldade em fazer isso sozinho, procure um psicólogo.
Quando é realmente necessário buscar uma psicoterapia?
Você deve procurar um psicólogo quando sentir:
– angústia
– tristeza profunda e prolongada
– doenças frequentes
– conflitos nos relacionamentos pessoais, afetivos, familiares e/ou profissionais
– agressividade
– pesadelos frequentes
– necessidade excessiva de agradar, ser reconhecido e aprovado
– não saber lidar com as próprias emoções
– não conseguir se controlar
– insegurança
– autoestima baixa
– falta de amor próprio
– necessidade em elevar o autoconhecimento
– necessidade encontrar o verdadeiro EU, o self, sua essência
– ou qualquer sentimento ou situação que não saiba como lidar
Atenção!
As respostas do profissional desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psicologia e não se caracterizam como sendo um atendimento.