por Regina Wielenska
Historiadores afirmam que o Carnaval tem sua remota origem vinculada aos antigos cultos festivos da Mesopotâmia, Grécia e Império Romano.
O Brasil é enorme, e cada região tem suas manifestações carnavalescas próprias, a exemplo do desfile de escolas de samba, o maracatu de Pernambuco, os blocos de rua em muitas cidades etc.
Quero apenas salientar alguns aspectos, de certo modo comuns a quase todos os contextos. Em primeiro lugar, uma quantidade mais do que expressiva de álcool circula no sangue da maioria dos foliões. Pelo seu excesso, já podemos imaginar danos ao organismo de cada um. Só que também há implicações mais coletivas, por assim dizer.
Alguns não se percebem incapazes de conduzir veículos automotores face à embriaguez. De posse do carro e da chave, partem por aí prontos para cometerem desatinos de toda espécie. Um comportamento preventivo interessante seria nem pensar em dirigir, e não ter acesso à chave. Deixe a chave com quem ficará em casa, esconda a chave de si mesmo. Na hora da bebedeira, seu discernimento vai embora e você não consegue resistir à tentação de ir de carro só "até ali".
Outra coisa, Carnaval pode significar aglomerações e diversidade de mentalidades e expectativas partilhando um espaço limitado. Tente lidar com os outros com o mesmo padrão que você mesmo gostaria de ser tratado. Um jeito paciente, tolerante, que leve os outros em consideração, pode ajudar a manter favorável o clima da festividade.
Carnaval geralmente significa pouca roupa, carnes ao dispor do olhar de terceiros, danças, proximidade, troca de olhares. Muito boa essa propensão à sensualidade, não é? Nem sempre, há quem se ache no direito de "brincar de mão boba" com quem não lhe autorizou a tal.
Pense assim: uma joia deslumbrante exposta na vitrina da joalheria lhe dá o direito de surrupiar a peça, de agarrá-la à força? Claro que não. Igualmente, um corpo pouco vestido em público apenas lhe autoriza a contemplação visual respeitosa. Qualquer aproximação além disso requer autorização clara da outra parte. Muito cuidado nessa hora com o desejo imposto ao outro sem limites, que somado à embriaguez, preconceito ou machismo, pode resultar em um tremendo estrago.
Não queria que minha pequena coluna pré-carnavalesca resultasse num sermão aborrecido e moralizante. Na verdade, prefiro salientar aspectos que podem estragar as festas de muita gente. Com atitudes de prevenção, delicadeza com os demais e planejamento a farra pode ser de arromba e deixar lembranças maravilhosas. Divirtam-se, pois!