por Anette Lewin
“Ética para terminar relacionamento amoroso possui variáveis”
Resposta: Cada relacionamento tem seu estilo e suas particularidades. O começo de uma relação liga-se, em geral, ao acaso. Pode ser um encontro em uma festa, um papo através de um chat, uma trombada ocasional no meio da rua. Seu final, porém, tende a se relacionar com o que aconteceu enquanto ele durou.
Assim, terminar um relacionamento por torpedo pode ser até considerado coerente se foi assim que os envolvidos se relacionaram na maioria das vezes. Sim, porque existem namoros que acontecem praticamente o tempo todo na virtualidade, não é?
Ética no namoro
A ética de um final de namoro, portanto, está mais ligada ao cuidado com o parceiro e com suas necessidades pessoais ao levar um fora do que ao meio de comunicação usado. Existem os que precisam de muitas explicações, há os que precisam chorar, os que precisam negociar até que a certeza do fim se concretize e os que não querem mais contato algum. Se esses aspectos forem respeitados pode-se considerar que existe um cuidado com a parceria amorosa que se acaba.
Terminar um relacionamento, porém, nunca é fácil, principalmente para quem leva um fora. A tendência de muitas pessoas para lidar com a dor da perda é encontrar “defeitos” na pessoa que acaba de perder. Afinal, fica mais fácil perder alguém imperfeito do que alguém perfeito. É nesse momento, em geral, que surge a questão acima citada: “Olha que pessoa insensível, terminou por e-mail…” argumentam em geral os abandonados. No fundo porém, sofreriam de qualquer jeito. A perda amorosa dói e demora para cicatrizar.
Virtualidade X contatos presenciais
O atual momento histórico das relações virtuais merece um questionamento mais profundo das emoções criadas, mantidas e descartadas através de uma tela de computador. A virtualidade, ao que parece, chegou para ficar e pela comodidade que oferece, acabará, em parte, tomando o lugar dos encontros amorosos reais.
Os ícones que representam as emoções são cada vez mais usados para definir o que a pessoa está sentindo . Ou para “enganar” o outro. Afinal, quando se está na frente de uma pessoa, existem sinais corporais que indicam o que ela sente de fato. Independentemente do que diz. Virtualmente, esses sinais não aparecem. Certamente, porém, com a prática da virtualidade, as pessoas conseguirão captar sinais emocionais complementares às palavras nos subtextos da escrita. Talvez, daqui a algum tempo as emoções não sejam mais tão visíveis nos rostos das pessoas por falta de uso. Mas serão transportadas cada vez com mais clareza para a tela de seus computadores. Afinal, as emoções ainda são sinalizadores do que queremos, do que podemos, dos perigos que corremos. Independentemente de como se expressam, fazem parte de nosso caráter humano.