por Marta Relvas
O desenvolvimento do cérebro humano evoluiu das bases neurobiológicas mais primitivas com funções de autopreservação da espécie, alimentação, delimitação de território, funções vitais… para as tarefas mais complexas como as atividades de reflexão, pensamentos, imaginação, criação e linguagem, sendo anatomicamente dividido em quatro lobos, cada um com funções específicas importantes e fundamentais para o seu funcionamento.
O cérebro humano possui duas regiões que serão destacadas especificamente nesse texto.
A primeira o (lobo do pré-frontal e o lobo insular/límbico), um responsável pela razão/cognição e o outro pela emoção/prazer recompensa.
O lobo pré-frontal se desenvolve completamente por volta dos 30 anos. É responsável pelo controle dos impulsos, pela flexibilidade, pela competência mais elaborada das relações interpessoais, pela linguagem, raciocínio lógico e pelas decisões. Interessante ressaltar que na fase da adolescência o cérebro tem a maior quantidade de ligações interneurônicas e sinapses nessa região, refletindo por muitas vezes em comportamentos com pouco controle sobre os impulsos. Uma questão é certa, as intervenções psicoeducacionais nessa fase ajudam o adolescente a tomar decisões em momentos difíceis.
A segunda área que é muito importante no cérebro humano são as amígdalas cerebrais, encontradas no sistema límbico, essas responsáveis pelas emoções, recompensas e prazeres. Na infância e adolescência essas estruturas apresentam-se extremamente aumentadas, daí as reações emocionais serem tão extremadas nessas fases – exemplo: quando apresentam episódios comportamentais como raiva ou apaixonados, são impulsivos, com muita intensidade. Isso acontece porque o sistema de límbico/recompensa desse cérebro tem menos receptores, fazendo com que precisem de muitos mais estímulos para sentir prazer. Por essa razão, gostam de desafios, esportes radicais e muitas vezes em alguns casos acabam buscando o prazer mais rápido através de drogas, álcool ou até comprar algo que não precisa para saciar desejos, por mero impulso emocional.
As duas áreas do cérebro vêm ganhando destaque nos estudos da Neurociência, pois sendo uma relacionada à consciência, cognição e a outra às questões primitivas, irracionais, emocionais, elas habitam o mesmo cérebro que pensa e se comove provocando em alguns momentos um desequilíbrio entre o pensar e o sentir relacionados aos medos, ansiedades ou necessidades afetivas inconscientes.
Então, vamos as dicas!
Nossos hábitos e consumos estão diretamente relacionados a essas áreas cerebrais que recebem estímulos a todo instante, desde a infância à vida adulta.
Considerando que somos produto do nosso cérebro e mente/consciência que pensa e comove-se, quanto mais pudermos respeitar e vivenciar situações saudáveis, teremos a chance a uma resposta mais adequada e sadia para a nossa qualidade de vida.