por Marta Relvas
A fim de iniciar esta reflexão é fundamental elucidar que o cérebro humano é um sistema aberto e plástico e, nesse âmbito, constata-se a relevância da presença dos estudos da neurociência na prática educativa.
De acordo com Joenk (2002) a ação da plasticidade cerebral tem grande relevância pois, diante das imensas possibilidades de realização do ser humano, essa plasticidade é essencial: o cérebro pode servir a novas funções criadas pela cultura na história do ser humano, sem que sejam necessárias transformações na estrutura do órgão físico.
O funcionamento cerebral é moldado tanto ao longo da história da espécie como no desenvolvimento individual, isto é, a estrutura e o funcionamento do cérebro não são inatos, fixos e imutáveis, mas passam por mudanças no decorrer do desenvolvimento do indivíduo devido à interação do ser humano com o meio físico e social (JOENK, 2002, p.03)
Diante disso, o desafio para a educação não está em apenas saber como ensinar ou como avaliar o que foi ensinado, mas sim, apresentar e mediar a construção do conhecimento de maneira que o cérebro aprenda melhor e de forma significativa.
Cabe ainda ressaltar Vygotsky (1991), teórico da *mediação, que contribuiu com a compreensão dos processos de interação entre os homens, funções mentais superiores, e mediação simbólica e elaboração conceitual. Estas ideias estão relacionadas a sistemas múltiplos de inteligência, sistemas múltiplos de memória e múltiplas funções executivas. Destaque aqui para o papel de uma prática educativa que otimize as interações.
Neste contexto, é fundamental então reiterar que a neurociência não pode ser considerada apenas como uma disciplina, mas como um conjunto de ciências cujo sujeito de investigação é o sistema nervoso com particular interesse em como a atividade do cérebro se relaciona com a conduta e a aprendizagem.
A partir dessa ideia, atualmente a neurociência se apresenta como grande aliada à prática educativa, contribuindo no que diz respeito ao reconhecimento do indivíduo como ser único, pensante, atuante, que aprende de uma maneira toda sua, única e especial. Para tanto, metodologias e estratégias de ensino podem e devem ser fundamentadas na neurociência para otimizar o desenvolvimento pedagógico.
*Mediação é o processo de realizar a interface entre situações… Esta é simbólica, pois pode ser realizada através de algo concreto ou não.