por Marta Relvas
A Neurociência é uma ciência nova, que trata do desenvolvimento químico, estrutural e funcional, patológico do sistema nervoso. Dentro das várias áreas das Neurociências, temos a Neurociência Cognitiva, que atua nos estudos do pensamento, da aprendizagem, da memória, do planejamento, do uso da linguagem e das diferenças entre memória para eventos específicos e para execução de habilidades motoras.
Contudo, a Educação, a Neurociência e a aprendizagem estão intimamente ligadas ao desenvolvimento do cérebro, o qual se molda de acordo com os estímulos do ambiente
Segundo o neurocientista Bear (2006) a memória é a base de todo o saber, ou seja, da nossa individualidade, da nossa história, das nossas experiências captadas pelo corpo por meio de movimentos e sentidos e, a capacidade de julgamento, planejamento, abstração e atenção. Diferentes partes do encéfalo envolvidas no armazenamento de determinados tipos de informações formam a memória.
Assim sendo, a Neuroeducação se tornou uma ferramenta moderna e eficiente para o entendimento do funcionamento das bases neuropsicológicas da aprendizagem na construção e transformação do conhecimento. Vem sendo utilizada, tanto para reconhecer incapacidades de aprendizagem, como para expandir conhecimentos específicos. E dentre suas variadas contribuições, instrumentalizar o educador a tornar o ato de aprender e estudar do seu estudante mais prazeroso e interessante, pois o cérebro só assimila as informações através de recursos metodológicos atraentes, instigantes, contextualizados e aplicados no dia a dia.
É durante a aprendizagem que o cérebro se modifica aos poucos fisiológica e estruturalmente como resultado da experiência, reage aos estímulos do ambiente, onde, a cada repetição, cada estímulo, as informações são guardadas em diversas regiões do cérebro, solidificando as memórias de longo e curto prazo, que serão futuramente resgatadas para novos aprendizados. E para que ocorra a aprendizagem, o aluno depende de alguns fatores, como interesse, estímulo e principalmente atenção.
Por enquanto, ainda se sabe pouco sobre a relação da Neurociência com o aprendizado, mas se pode afirmar que a Pedagogia neurocientífica está surgindo para responder e sugerir caminhos para a educação do futuro, trazendo uma melhor compreensão de como cérebro aprende. Mas, para que o processo da aprendizagem seja bem-sucedido, depende do método de ensino adotado pelo educador, de sua capacidade de provocar desafios aos seus estudantes, de avaliar de forma mais interdisciplinar e complexa, entendendo cada um individualmente, isto é, saber avaliar e identificar tudo que ocorre, num contexto geral, com cada aluno, em sala de aula.
Os alunos aprendem de formas diferentes e por isso, um único método não é o ideal para todos e se faz indispensável, adotar diversas estratégias de aprendizagem a serem usadas de acordo com a necessidade de cada um deles.
Oito dicas importantes para turbinar sua aula:
1ª) Estudantes aprendem melhor quando são altamente motivados do que quando não têm motivação;
2ª) O estresse impacta aprendizado e a ansiedade bloqueia oportunidades de aprendizado; estados depressivos podem impedir aprendizado;
3ª) Perceba o seu tom de voz, pois pode ser rapidamente julgado no cérebro do outro como ameaçador ou não ameaçador;
4ª) O feedback cognitivo/emocional é importante para o aprendizado, pois tem papel-chave no aprendizado;
5ª) O uso do corpo em movimento e o bom humor podem potencializar as oportunidades do aprendizado;
6ª) A nutrição impacta o aprendizado, bem como o sono consolida a memória;
7ª) Entender que os "estilos de aprendizados" (preferências cognitivas) são estruturas únicas do cérebro de cada indivíduo;
8ª) A utilização de práticas pedagógicas diversificadas são justificadas pelas diferentes habilidades dos alunos.