Da Redação
O dado é da Organização Mundial de Saúde (OMS), que associa o cigarro a 90% dos casos de câncer de pulmão, sendo que a sua letalidade é altíssima, mata 85% dos pacientes e apenas 15% dos casos podem ser diagnosticados precocemente. Outro aspecto de extrema importância é que o cigarro prejudica, e muito, quem não fuma. Os fumantes passivos também estão propícios a terem câncer de pulmão, os dados mostram que 25% a 46% das mulheres que morrem de câncer de pulmão e 13 a 37% dos homens que morrem da mesma doença não são fumantes, mas adquiriram a doença com a convivência com fumantes. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 300 pessoas morrem por dia no Brasil em consequência do hábito de fumar.
Além do câncer de pulmão, outras doenças são causadas pelo cigarro, como câncer de colo uterino, o câncer de laringe, de boca, de pâncreas, bexiga, esôfago, estômago e rim. O tabaco também pode ser associado ao infarto e às doenças vasculares, como o derrame cerebral. As pesquisas demonstram também que o fumo é a causa principal de bronquites crônicas e enfisemas pulmonares. Como se não bastasse, em mulheres grávidas, o cigarro causa partos prematuros e o nascimento de crianças com peso abaixo do normal.
Durante seu consumo são introduzidas no organismo mais de 4.700 substâncias tóxicas, incluindo nicotina (responsável pela dependência química), monóxido de carbono (o mesmo gás venenoso que sai do escapamento de automóveis) e alcatrão, que é constituído por aproximadamente 48 substâncias pré-cancerígenas, como agrotóxicos e substâncias radioativas (que causam câncer). Os malefícios causados pelo tabaco ao pulmão podem ser irreversíveis. E a capacidade funcional das vias aéreas diminui rapidamente – jovens com idades entre 18 e 20 que se tornaram fumantes com 14 anos já têm capacidade pulmonar equivalente a de um adulto na faixa dos 30 anos.
Com capacidade funcional diminuída, os fumantes têm pulmão mais vulnerável a infecções e, portanto, estão sujeitos a mais resfriados, gripes, bronquites, pneumonias e até tuberculose. Não rendem bem no trabalho, tiram licenças médicas frequentes e acabam aposentando-se precocemente.
A fumaça do tabaco, durante a tragada, é inalada para os pulmões, distribuindo-se para o sistema circulatório e chegando rapidamente ao cérebro, entre 7 e 9 segundos. Além disso, o fluxo sanguíneo capilar pulmonar é rápido, e todo o volume de sangue do corpo percorre os pulmões em um minuto. Dessa forma, as substâncias inaladas pelos pulmões espalham-se pelo organismo com uma velocidade quase igual a de substâncias introduzidas por uma injeção intravenosa.
Quando a dependência da nicotina é alta, sua ausência provoca sintomas físicos como dor de cabeça, enjoo, ânsia de vômito, ansiedade e irritação. Para evitar que o viciado corra ao cigarro, existem produtos que oferecem pequenas doses de nicotina, livres de outros ingredientes tóxicos do tabaco. São adesivos, chicletes e sprays nasais, que devem ser utilizados sob estrita orientação médica. E o que mais deve ser levado em consideração é que parar de fumar depende de uma grande dose de força de vontade de quem fuma. Muitos conseguem eliminar o vício, provando que é possível sim ficar livre dele e de todas as suas prováveis e terríveis consequências para a saúde.
Fonte: Amândio Soares Fernandes Junior – oncologista