por Anette Lewin
"Um depende emocionalmente do outro. O que fazer?"
Resposta: Uma relação afetiva saudável é aquela onde existe um vínculo que se renova constantemente. Embora o jogo de poder possa fazer parte da relação amorosa, com maior ou menor intensidade, o ideal é que esse poder se reveze.
Como num jogo de futebol, onde ora a "bola" está de um lado, ora está do outro.
Na codependência os papéis geralmente são fixos. Existe um que parece depender sempre do outro, e outro que parece dominar eternamente a relação. Digo "parece" pois, na verdade, nesse tipo de jogo tanto o dominado quanto o dominador não são livres, são interdependentes. Um precisa do outro para poder exercer sua função. Sua única função.
Esse tipo de relacionamento, em geral, trava a relação afetiva e não permite que haja um aprofundamento do vínculo. O casal vive afirmando que não gosta de se relacionar dessa forma, mas nenhum dos dois consegue mudar. E, muito frequentemente, quando acontece a separação do casal, não é raro que estabeleçam novas parcerias de dependência, ora mantendo os mesmos papéis, ora invertendo-os.
Para que haja uma mudança no comportamento do casal em geral uma terapia se faz necessária. Isso porque a autoestima de ambos vai se prejudicando, a relação vai sugando cada vez mais a energia dos envolvidos e, quando há filhos, a atenção que deveria ser dirigida a eles acaba sendo sugada por esse circulo vicioso.
A codependência amorosa é um vício como tantos outros. E trabalhar com vícios não é um trabalho fácil. Às vezes o casal só consegue pedir ajuda quando já chegou ao fundo do poço.