por Jocelem Salgado
O aspecto mais positivo da maçã é o de ser um alimento que oferece poucas calorias, muitas fibras e substâncias antioxidantes, que atuam beneficamente reduzindo o risco de doenças. Mas é importante dizer que os benefícios multiplicam-se quando a casca da fruta é ingerida, pois é nela que se concentram em maior quantidade as substâncias ativas.
Os efeitos benéficos provenientes do consumo da maçã, principalmente na redução do colesterol, alvo de muitas pesquisas, são atribuídos aos seus componentes presentes, como as fibras, vitamina C e compostos fenólicos, os quais vão agir em conjunto, exercendo ações positivas para aqueles que consomem a fruta regularmente, e seguem um estilo de vida saudável e uma dieta equilibrada e variada, principalmente, em relação a frutas, legumes e hortaliças.
Conclusões obtidas em pesquisas com humanos permitem afirmar que a inclusão tanto da maçã como do suco industrializado pode ser benéfico para a saúde humana, principalmente devido à atividade antioxidante. Em 100g de maçã geralmente encontramos cerca de 1,5-2,5g de pectina. Os estudos mostram que pelo menos 5 a 6g/dia dessa fibra seriam necessários para se obter um efeito na redução do colesterol, sendo que quantidades inferiores não mostram efeitos significativos. Considerando que uma maçã média pesa entre 180-200g, podemos afirmar que a ingestão de uma unidade média fornece cerca de 3 a 5g/dia de pectina, quantidade essa recomendada para a saúde do organismo.
Que o consumo de aveia (clique aqui e leia), castanha (clique aqui e leia) e de maçã é um aliado para garantir a saúde do coração e dos intestinos, já é de conhecimento de todos. O que não se sabia ainda é que se consumirmos em uma mesma refeição o trio: aveia, castanha e maçã, esses três alimentos juntos potencializam o nosso sistema de defesa, nos protegendo contra as doenças do sistema imunológico.
Isso é o que preconiza um estudo publicado recentemente (março 2010) na revista Brain, Behavior and Immunity.
Segundo esse estudo americano publicado na revista científica Brain, Behavior and Immunity, fibras solúveis encontradas em maçãs, aveia e castanhas podem fortalecer o sistema imunológico e reduzir a inflamação associada a doenças ligadas à obesidade.
"As fibras solúveis alteram a personalidade das células imunológicas – elas passam de células nervosas e próinflamatórias a células anti-inflamatórias e de cura que nos ajudam a recuperar mais rápido de infecções", destacou o cientista Gregory Freund, da Universidade de Illinois.
Nesse estudo, os pesquisadores alimentaram ratos de laboratório com uma dieta pobre em gorduras, mas um grupo consumiu fibras solúveis, enquanto outro ingeriu fibras insolúveis. Após seis semanas, ao induzirem doenças nos animais com uma substância que simula infecção bacteriana, os cientistas notaram que aqueles que ingeriram fibras solúveis tinham melhor resposta. "Duas horas após a injeção de lipopolissacarídeo, os ratos alimentados com fibra solúvel estavam apenas metade tão doentes quanto o outro grupo, e recuperavam 50% mais cedo", apontou o pesquisador.
Os resultados indicaram que as fibras solúveis aumentavam a produção da proteína anti-inflamatória interleucina-4 nos roedores, e reduzia os níveis de marcadores inflamatórios, como a interleucina-1 beta e o fator de necrose tumoral alfa, que podem causar morte celular.
Os pesquisadores destacam, porém, que mais estudos, incluindo testes clínicos em humanos, são necessários para confirmar se alimentos ricos em fibras solúveis podem ajudar a evitar doenças inflamatórias, como problemas cardiovasculares e para desvendar os mecanismos por trás dessa relação.