‘Dia da Poesia’: Você já pensou que cada dia vivido por você pode ser o dia ideal da loucura? Que tal dar razão (vazão!) à sua loucura?
Sempre gostei de me expressar de forma poética, pois a poesia, diferentemente da desértica aridez do intelecto, não tem a pretensão de deter a verdade, de provar nada a ninguém, de convencer, de fazer sentido, tampouco ensinar.
A poesia, como a fresca água do riacho, apenas se deixa levar, rebelde, sem rumo, guiada por uma força que sequer sabe explicar. Pode ir e voltar, pode mudar de opinião mil vezes, movida por uma liberdade que a lógica desconhece.
Ser poético é arriscar. É saber que muitas vezes não se será compreendido, é se permitir errar, mudar de opinião, é a humildade do não saber e a coragem de viver sem pele, o lado de dentro dolorosamente exposto e entregue, com uma coragem que desafia a ordem tão buscada aos que exigem que o mundo faça sentido.
Poesia: o portal da beleza e liberdade de loucos e sábios
A beleza da poesia é essa entrega que, por não se render a limites, consegue chegar em lugares que apenas loucos e sábios conhecem de perto.
Sim, o poeta tem em si a loucura dos que se recusam a ser controlados, assim não lhe peçam para ser coerente.
Permitam que navegue sem rumo, pois é assim que continentes desconhecidos são encontrados.
A liberdade poética confunde as mentes dos que buscam certezas, mas entendam, a poesia não foi feita para a mente.
Ouçam.
Se um único coração for tocado.
Se um único medo se permitir arriscar.
Se uma única janela se abrir.
Se uma única lágrima sentir-se menos solitária.
Então algo em mim sorri,
… e isso me basta.
Patricia Gebrim
É Psicóloga Clínica, atua numa abordagem transpessoal. Seu trabalho é direcionado a favorecer o autoconhecimento e a transformação das crenças limitadoras que nos mantêm aprisionados a padrões repetitivos de escolhas. É escritora, publicou 'Gente que mora dentro da gente' e o best-seller 'Palavra de Criança' pela editora Pensamento
