Como acabar com as discussões com meu namorado?

E-mail enviado por uma leitora:

“Bom dia querida doutora. Tenho um namorado maravilhoso, atencioso, carinhoso, aquela pessoa que se preocupa mesmo. Acontece que ele tem um gênio fortíssimo, quase nunca tem paciência pra nada, cada coisa mínima ele transforma num vendaval. Tanto ele quanto eu, somos divorciados e cada um de nós já trouxe de outro relacionamento, seus filhos. Sendo que eu estou sempre calma para entender os problemas que surgem em relação às filhas dele. Quando algo referente ao meu filho que ele quer dar opinião, eu sempre escuto, mas com educação eu respondo de acordo com o que deve ser respondido. Pois ele é meio mandão sabe, acha que tem sempre razão em pontos de vista que ao meu ver são totalmente equivocados. Enfim, quando preciso dar minha opinião sobre coisas que ele quer impor, ele fica furioso sabe, fica muito frio comigo e me assusta. Depois diz que tenho razão, que mesmo não dando o braço a torcer, que eu estou certa. Mas cada vez que ele fica frio assim, parece que eu não sou nada importante na vida dele. Sabe quando a pessoa falta pouco para passar por cima de você quando está chorando? É assim que ele reage!!! Apesar de ser um homem muito gentil e bom de coração, quando algo o incomoda, ele demonstra não ter mais sentimento pela pessoa, é como se toda nossa cumplicidade fosse NADA! E às vezes me pego pensando o que devo fazer, se continuo com ele ou se isso pode ser um perigo lá na frente entende? Porque por mais que eu o ame, meu filho sempre será meu filho, sei que ele não é uma pessoa ruim, mas é extremamente explosivo. Fico muito grata se puder me ajudar com alguma palavra.”

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Resposta: Você percebe que existem certos gatilhos que geram comportamentos agressivos no seu namorado. Em geral, ideias com as quais ele não concorda. Esse é o ponto do qual você deve partir se quiser evitar, ou pelo menos diminuir o número de situações de tensão entre vocês dois.

Você não precisa deixar de ser quem é nem fazer tudo o que ele quer. Não é isso. Mas, talvez, você possa falar menos e agir mais. Por exemplo, você menciona que quando ele quer dar opinião sobre seu filho você “escuta com educação, mas responde de acordo com o que tem que ser respondido”. Será que você precisa responder? Afinal o filho é só seu, assim, quem dá as regras é você. Não tem muito o que discutir. Talvez, a resposta que você julgue ser sensata, seja detonadora de explosões e deva ser evitada.

Certamente você não vai conseguir evitar discussões sempre, mas diminuir seu número é muito importante.

Dicas para diminuir as discussões  

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– Tente conversar com ele sobre assuntos menos polêmicos, mais neutros;

-Fale sobre planos a dois, que são interessantes para ambos;

Escolha momentos de calmaria para tomar resoluções mais difíceis;

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– Ouça as opiniões dele, como sempre faz, mas evite pronunciar-se sobre elas caso sejam diferentes das suas.

Tente também não ficar tão incomodada com a reação de irritabilidade dele. É uma característica pessoal. Se ele precisa adotar uma atitude de frieza depois de discussões, talvez seja para não correr o risco de continuar agressivo e machucar você. Às vezes um distanciamento pontual pode ser apenas um mecanismo para proteger a relação de ataques maiores. Tenha paciência e espere a raiva dele passar, porque, pelo que você diz, ela acaba passando e ele volta a ser o homem gentil e de bom coração que você escolheu para parceiro.

Estouros de agressividade podem estar ligados a certos distúrbios psiquiátricos como depressão, bipolaridade e outros. Mas só um psiquiatra poderia fazer um diagnóstico mais preciso e, se necessário, medicar.

Caso você perceba que esses comportamentos estão piorando, sugira a ele uma consulta com um especialista para, se for o caso, medicá-lo adequadamente. Talvez com o suporte de uma medicação, ele possa controlar-se mais e externar seu lado mais afetuoso, suportar melhor um diálogo, e sentir-se menos culpado pelos seus ataques de fúria.

Atenção!

Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.