por Patrícia Gebrim
Conforme seguimos evoluindo no caminho do autoconhecimento, vamos, cada vez mais, ampliando a percepção de nossa identidade, de quem somos nós.
No início da vida acreditamos que somos nosso corpo. Depois, passamos a nos definir de acordo com nossos pensamentos. Nossos sentimentos. E assim seguimos, sempre expandindo e sutilizando nossa autopercepção, definindo de novas maneiras o que seria isso que chamamos de "eu".
A cada quebra de nosso senso de identidade e sua subsequente expansão, uma nova visão de mundo se estabelece, com inevitáveis desafios por um lado, e inesperados ganhos, por outro.
Se continuamos nosso caminho, chegamos a um ponto de profunda transformação. Podemos chamá-lo de ponto de ruptura, quando nos desprendemos até mesmo daquilo que conhecíamos como "nós mesmos". Nesse ponto, entregamos as decisões de nossa vida à própria vida que nos habita. Os desdobramentos disso são de enorme magnitude. Nossas escolhas e ações deixam de ser guiadas por nosso ego e passam a ser harmoniosas respostas aos movimentos de nossa essência, muitas vezes parecendo absurdamente desprovidas de sentido para aqueles que não entendem o que está acontecendo conosco.
Uma nova faixa vibratória torna-se então acessível a nós e a vida passa a ser vivida de forma muito mais fluida. Aquilo de que precisamos passa a surgir, sem esforço, em nosso caminho e entramos em um fluxo de plena harmonia com a vida. As criações passam a acontecer de maneira muito mais rápida e natural. As opiniões das pessoas deixam de ter um efeito destrutivo ou opressor sobre nós e suas críticas passam a ser recebidas sem reatividade, com parcimônia e compaixão. A paz se instala, como uma brisa suave que ameniza o calor e perfuma o ar com o aroma das flores.
O que precisamos entender é que esse estado de graça e bem-aventurança só pode se manifestar como resultado desse intenso processo de entrega, no qual colocamos nosso "pequeno eu" a serviço da luz que beneficia o todo.
O ego precisa abrir espaço e permitir que algo mais luminoso assuma o comando em nós. A tentativa egoica de dobrar a vida a nossos pés é inversamente proporcional às bênçãos recebidas. Quanto mais confiamos e nos colocamos a serviço daquilo que beneficia o todo, mais somos guiados e impulsionados no caminho da luz, da prosperidade e da manifestação do amor.
Entendam… Não sugiro que ninguém creia nestas palavras. Apenas digo, àqueles que sentirem sintonia com essas ideias, que experimentem por si mesmos e cheguem às suas próprias conclusões.
Somos todos livres para acreditar e trilhar os caminhos que bem nos aprouverem.