Da Redação
O falecimento de alguém próximo é algo difícil de lidar seja em qualquer idade. Quando se trata de dar a notícia a uma criança o luto se torna um assunto ainda mais delicado.
Muitos pais têm dúvidas sobre o momento certo para contar e qual a melhor maneira de se fazer isso.
De acordo com a psicóloga Aline Melo, começamos a ter um conhecimento maior do ciclo da vida aproximadamente entre 4 ou 5 anos. Porém, não existe uma idade específica para falar sobre morte com uma criança. “Elas conseguem sentir que as pessoas ao seu redor estão mais tristes e que algo está ocorrendo. Por isso, o ideal é ser transparente e responder aos questionamentos sem utilizar metáforas, evitando dizer que a pessoa foi viajar ou virou estrela. Isso confunde a criança e traz a expectativa de que a pessoa vai retornar”, comenta.
A psicóloga aconselha que não se crie um tabu sobre a morte, esclarecendo as principais angústias conforme a maturidade emocional de cada um. Uma sugestão para trabalhar com a criança sobre o desenvolvimento da vida – seu começo, meio e fim – é utilizar de exemplos próximos, como cultivar uma plantinha e acompanhar a evolução, demonstrando todas as fases até a morte.
Os pais costumam evitar esse assunto com os filhos no intuito de preservá-los. Contudo, é importante para o amadurecimento deles trabalhar as frustrações e o curso natural da vida, aprendendo a lidar com os sentimentos e externar as aflições. Esse mesmo comportamento pode ser aplicado à perda de animais de estimação e outras situações cotidianas. Estamos constantemente vivenciando lutos e esses não são somente associados à morte. Por exemplo, uma professora à qual a criança é muito apegada ser demitida ou precisar sair da escola, vai trazer um sentimento de perda similar ao do luto. Por isso é tão importante trabalhar o assunto com as crianças.