por Adriana Kachani
Acho que esta é a pergunta que mais ouço nos últimos anos. São tantas as informações hoje em dia, que as pessoas ficam um pouco confusas em relação a como se alimentar direito. Ao contrário do que pensamos, isso não é uma preocupação dos anos 90 e 2000. Na década de 30, o médico e nutrólogo argentino Pedro Escudero propôs uma teoria que viria a ser a base das orientações dietéticas dos dias de hoje. Sua teoria simples e prática constava de quatro itens:
1. Quantidade
2. Variedade
3. Harmonia
4. Adequação
Na verdade, Escudero muito antes da ciência da nutrição ser reconhecida, estava tentando colocar ordem nas dietas de uma forma simples, que todos pudessem entender e seguir.
Quantidade
Se comermos a menos do que nossas necessidades, emagrecemos e podemos chegar à desnutrição. Se comermos a mais do que precisamos, engordamos. Cada um tem o ponto de equilíbrio que deve alcançar para se manter saudável. As quantidades e porções, logicamente devem ser prescritas por um nutricionista, que levará em conta sua idade, altura, peso e quantidade de atividade física. Um truque prático é sempre observar o prato dos outros, e copiar a quantidade de comida consumida por aqueles que acreditamos estar num peso adequado. Outro truque é prestar atenção quando sentir-se empanturrado; na próxima vez, coma um pouco menos.
Variedade
Cada alimento possui nutrientes diferentes uns dos outros. Preste atenção às cores, elas dizem muito sobre eles. Alimentos amarelo-alaranjado costumam ter bastante beta caroteno, os vermelhos, licopeno, e assim por diante. Ou seja, acredite na sua mãe quando ela disser: "Filho, faça um prato bem colorido!". Mas a variedade não serve só para a salada. Não adianta consumir todos os dias arroz + feijão + carne + verdura. Temos que variar cada um dos itens. Que tal trocar o feijão pela lentilha ou grão de bico? E a carne, pelo peixe, por frango ou por ovos? E a verdura, precisa ser sempre a mesma? A dica vale não só para termos um aporte grande de todos os nutrientes, mas também para não enjoarmos da nossa alimentação do dia-a-dia.
Harmonia
Quem nunca reparou como certos alimentos parecem ter sido feitos um para o outro? Carne moída com purê, carne seca com abóbora, frango assado com batatas coradas…alguns "casamentos" dão muito certo, enquanto certas combinações…não vamos nem comentar! Levar em consideração essa coerência pode ser o fator determinante para um jantar passar de um sucesso para um total fiasco!
Adequação
O que é bom para um não é necessariamente bom para o outro. Todas as dicas acima, só serão adequadas se observarmos o indivíduo e o momento isoladamente. Não adianta achar que uma feijoada é boa para um jantar, ninguém vai conseguir digeri-la. Ou querer oferecer uma carne suculenta a um idoso sem dentes. Como ele irá mastigá-la?
Essas regras resumem o que nutricionistas do mundo inteiro vêm propondo nos dias de hoje: USE O BOM SENSO, e sua alimentação será perfeita. Portanto, nada de desespero na hora escolher seus alimentos. Seja em casa, no restaurante ou numa festa, nunca coma uma quantidade que faça você sentir empachamento; varie as cores de seu prato; escolha alimentos que combinem entre si e, por fim, lembre-se de que o que é bom para você, não necessariamente é bom para os outros.