por Valéria Meirelles
"Me casei faz 10 meses, não estou feliz no meu lado profissional, minha auto-estima está negativa, meu marido tenta me ajudar, mas não consigo me reerguer. Acho que ele me critica por isso, o que fazer?"
Resposta: Começo de casamento nem sempre é fácil, há muito ajuste a ser feito, por mais que o casal tenha namorado muito, antes de partir para a construção da conjugalidade. Repense seu trabalho, se é isto mesmo que você queria, quais as chances de desenvolvimento, promoções…, pois as frustações do mesmo parecem que estão sendo levadas para o casamento. Sugiro também que converse abertamente com seu marido e, quem sabe, busque ajuda de um terapeuta de casal ou uma psicoterapia individual para você. Felicidades.
Estou sendo vítima de assedio moral?
Tenho sofrido muitos aborrecimentos em meu trabalho. Meu chefe só me chama para me mostrar os meus erros, a vírgula ou o acento que estão fora do lugar. Tudo que escrevo devo mudar mil vezes, porque não está de acordo com o que ele quer. Isso tudo me fez pensar no assédio moral. Já tentei sair do local do meu trabalho, mas ele não deixa. Diz que precisa de mim, mas ao mesmo tempo só me esculhamba. Trabalho há 10 anos no mesmo departamento e nunca fui tratada assim. Tenho medo até de escrever um bilhetinho. Já começo a pensar que está tudo errado e fico nervosa. Até que ponto deve me submeter a estas humilhações por causa de de uma função? Será que isso se caracteriza como assédio moral?
Resposta: Até que ponto deve se submeter? Vai depender de muitos fatores: necessidade financeira, baixa auto- estima, insegurança por medo de não se recolocar no mercado, importância de trabalhar nesta empresa, etc. Infelizmente há pessoas que, seja em função de dinheiro, sobrevivência ou de não de confiarem suficientemente em si mesmas, optam por "ir levando" a situação constrangedora de assédio moral na esperança, ou melhor, ilusão, de que um dia tudo se resolva. Pelo que você descreveu, parece que tem sofrido assédio moral sim e isso traz conseqüências muito graves à saúde emocional. Sugiro que consulte urgentemente seu sindicato ou um advogado para orientá-la em relação às atitudes a serem tomadas. Caso se sinta muito insegura, procure a ajuda de um psicoterapeuta para ajudá-la no resgaste da auto-estima e autoconfiança. Sucesso!
Gostaria de saber mais sobre assedio sexual em contexto terapêutico.
Mais especificamente sobre o assedio sexual feito por pacientes a uma psicóloga.
Antes de mais nada devo enfatizar que o psicólogo é ensinado em sua formação, a lidar com este tipo de situação. Portanto, ele deve estar constantemente atento à sua relação com o paciente, percebendo quais aspectos da história dele (paciente) que lhe sensibilizam e despertam sua atenção. Às vezes o paciente, por curiosidade, quer saber um pouco da vida do profissional que o atende. Desde que as perguntas não sejam invasivas e nem façam parte de um contexto de sedução, podem ser respondidas, desde que o psicoterapeuta sinta-se à vontade.
Quando o paciente insistir para saber mais da vida pessoal do psicoterapeuta, o mesmo deve investigar quais os motivos que o levam a tanta curiosidade e junto com ele (paciente) empreenderem o sentido e a necessidade da sedução/assédio.
O que o profissional não deve fazer, é se deixar seduzir por interesses que fogem ao tratamento do paciente. Mantenha uma postura ética e cuide de seu autoconhecimento, através de uma psicoterapia. Assim, raramente um psicoterapeuta terá problemas.
Atenção!
As respostas desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psiquiatria e não se caracterizam como sendo um atendimento.