por Alex Botsaris
Muitos pacientes têm buscado os recursos da medicina complementar para se tratar, seja por que preferem abordagens menos agressivas, seja por que não tiveram um bom resultado com os métodos convencionais.
Entretanto, muitos ficam hesitantes em escolher um método determinado em função da grande quantidade de abordagens alternativas que têm surgido nos últimos anos.
Por isso é um bom começo ter uma orientação para lidar com esse universo novo e cheio de surpresas boas e ruins. A escolha do método e do profissional é um passo fundamental para que os resultados esperados sejam obtidos.
O principal parâmetro que as pessoas usam é ter a referência de alguma pessoa conhecida que tenha usado aquele método com sucesso para tratar o referido problema. Às vezes uma indicação desse tipo ajuda muito, mas existe a possibilidade do paciente que busca uma solução não ter contato direto com nenhum caso de sucesso. Existe ainda uma segunda possibilidade: o caso que orienta o paciente não ser representativo da melhor abordagem para a doença. Assim mesmo que você tenha uma indicação desse tipo, vale a pena fazer alguma investigação na busca do método que mais o atende.
Na minha maneira de ver, o primeiro passo é se informar o máximo sobre os métodos que são eficientes tratar o problema apresentado pelo paciente. A internet é um excelente instrumento para descobrir isso. Basta colocar o nome da doença ou problema ao lado do nome da medicina complementar ou técnica terapêutica que se pretende investigar e ver o número de entradas no Google. Esse tipo de abordagem se chama bibliométrica, e é uma forma de se medir se há muito escrito sobre o assunto. Assim a pessoa pode escolher entre as cinco ou dez abordagens que são mais citadas na doença que pretende tratar, na pesquisa bibliométrica.
O segundo passo, é escolher aleatoriamente uma amostra do que está escrito na busca de cada medicina complementar e avaliar se o que está escrito é positivo – se elogia o uso do método naquele problema; ou ao contrário, se é desqualificante – ou seja fala de casos onde houve decepção e falha. Às vezes um método é muito citado porque as pessoas estão descontentes com ele. Uma amostragem de pelo menos 30 sites diferentes dever ser pesquisada nessa fase. Caso, em algum dos métodos, o número de citações negativas seja semelhante ou superior aos elogios, ele deve ser descartado.
Algumas pessoas não possuem uma base forte de conhecimento em medicina complementar e precisam de um suporte para organizar sua pesquisa. Nesses casos, pode ser indicado a pessoa comprar livros e colecionar artigos sobre essa medicina, para ter ideias de vários tipos de medicina complementar que vale a pena buscar. Eu publiquei um livro – Medicina Complementar, pela editora Nova Era que se presta muito a fazer esse papel.
Com essas duas etapas superadas e já com algumas técnicas terapêuticas escolhidas, o ideal é conversar diretamente com os profissionais dessas técnicas para saber o que eles dizem. Nesse momento não somente é possível conseguir mais informações sobre a eficácia do método na doença, como também o caminho está aberto para a escolha do profissional mais adequado. De novo a internet é um excelente instrumento, permitindo que você mapeie e consiga o contato dos profissionais na sua cidade.
Ao final desse processo, a pessoa estará com três ou quatro possibilidades nas mãos. Mas vai precisar ainda de mais passo nesse funil para fazer a escolha mais definitiva por uma delas. Essa escolha é pessoal, entretanto além dos aspectos simbólicos e afetivos, é possível colocar alguma objetividade no processo. Vários parâmetros podem ser usados nesse momento. Um é o de afinidade, por exemplo, se muitas pessoas da sua família já usaram o método com sucesso. Outro parâmetro é através de uma relação objetiva entre o que está sendo tratado e o método. Por exemplo, um problema músculo-esquelético tem muito mais a ver com acupuntura e massagem, enquanto um método que usa a conversa e as palavras, é mais aplicável a um problema de origem emocional.
Tudo isso tendo sido feito e está na hora de experimentar a técnica para avaliar se ela funciona. Quase metade das informações em medicina são obtidas através de tentativa e acerto e tentativa e erro, em especial no aspecto de como cada indivíduo reage aos tratamentos propostos. É importante que o paciente tenha conhecimento de como funciona o método. Algumas medicinas complementares possuem efeito lento, ou então exibem agravações antes da melhora, como a homeopatia. Tudo isso dever ser considerado na avaliação de adesividade ao tratamento que for escolhido.