Como faço para controlar meu ciúme excessivo?

Por Andrea Lorena

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“Choro muito por causa do meu ciúme excessivo, tenho dores fortes no peito, não consigo confiar em ninguém, dói tudo no meu corpo. O que pode ser isso?”

Resposta: Parece que estamos falando do mesmo fenômeno, o ciúme excessivo.

O ciúme excessivo é marcado por pensamentos recorrentes sobre a infidelidade do parceiro (“será que meu/minha parceiro(a) está me traindo?”, “ele/ela não me dá atenção suficiente, só se importa com os amigos”), aliados a comportamentos de checagem (verifica WhatsApp, Facebook, Instagram, e-mails, cheira roupas, persegue e questiona muito) e sintomas no corpo como falta de sono, taquicardia, sudorese e dores de cabeça. Pode vir acompanhado ainda de muita tristeza e/ou ansiedade.

Quando a pessoa está tomada pelo ciúme, acaba agindo de forma impulsiva, tomando atitudes sem pensar nas consequências. Depois que passa o furacão, arrepende-se.

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Grande parte do ciúme excessivo tem a ver com o medo de perder aquele a quem se ama, tanto para uma terceira pessoa quanto para um hobbie, amigos, trabalho e família.

O ciumento excessivo mantém o foco em eventos insignificantes, ou seja, um aperto de mão ou um tom de voz julgado como diferente já servem de indícios de que o parceiro esteja sendo infiel.

Por motivos evolutivos, homens e mulheres parecem ter gatilhos diferentes para o ciúme excessivo. Dados de mais de 25 anos de pesquisa mostram que os homens sentem mais ciúme diante da infidelidade sexual, ou seja, o que mais os incomoda é o fato de a parceira ter se relacionado sexualmente na traição.

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Já as mulheres parecem se importar mais com o fato do homem se envolver amorosamente com outra, ou seja, sentem mais ciúme diante da infidelidade emocional. Contudo, vale frisar que ambos sentem ciúme diante desses mesmos gatilhos; porém, o processam de forma diferente, gerando, portanto, comportamentos diferentes. Mas nada impede a mulher de sentir ciúme sexual e o homem de sentir ciúme emocional.

Para lidar com o ciúme excessivo, por já estar na sua fase mais patológica, o ideal é recorrer à psicoterapia. Nesse tipo de trabalho, serão vistas questões relacionadas à autoestima e insegurança (dois componentes do ciúme excessivo), ainda procurar-se-á saber de onde vem o ciúme, quais são as suas causas. Cada um tem uma causa particular, e para cada pessoa, serão propostas componentes diferentes no processo de psicoterapia.

Como refletir sobre o ciúme  

O importante é questionar-se: por que estou sentido este ciúme?

Buscar evidências reais: ele/ela realmente está dando bola para outra pessoa? Baseado em que estou afirmando isso? É no “achismo”?

A ideia é aqui é, como se você estivesse vendo uma foto, e o que você está vendo, outras pessoas também podem ver, logo, é “achismo” ou é verdade?

Coloque-se no lugar do parceiro e veja se as suspeitas seriam coerentes ou não. Não vale a regra: eu posso mas meu/minha parceiro(a) não pode.
 

Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.