por Silvia Maria de Carvalho
"Sinto que espero demais das pessoas que me cercam e acabo me decepcionando muito"
Resposta: Quando a vida deixa de ser um filme, passamos de espectador à personagem. Quando saímos da posição de observador, começamos a experimentar a vida, de fato.
É quando a teoria transborda e adquire coração. As coisas não são mais como deveriam ser; são como são. Como é possível ser.
Olhar pra dentro de nós é sempre um exercício. Perceber as suas dificuldades pode te ajudar a entender o limite dos outros. É claro que sempre se pode ir além. Nossa tarefa termina com o fim da vida.
Temos todo o tempo do mundo para o aprimoramento emocional. Mas é valioso respeitar o que se pode hoje, nesse exato momento. Procure ver se você está respeitando seus limites.
Outro ponto importante para estar atenta é o quão somos diferentes das pessoas que convivemos. O que é fácil pra mim, pode ser o seu ponto fraco. O meu "defeito" pode ser sua "qualidade".
Imaginar a vida do outro, com a história deste levada em conta é sair de cena por um tempo. Fácil saber o que faríamos. Difícil é saber o que faria o outro nas condições dele. Treino de tolerância e empatia: alimento para as relações.
Quando assumimos o controle de nossa vida, paramos de esperar dos outros. Há coisas que só nós podemos fazer por nós. Isso não é sinônimo de solidão, sim de amor próprio ou autoestima. E genuinamente esperamos menos dos demais, sem mágoas.
Ainda há resquícios do "e foram felizes para sempre". Como forma de salvação de um vazio que é inato à condição humana. Ninguém pode nos preencher por completo o tempo todo.
Mário Quintana diz algo especial a esse respeito: "Para ser feliz com uma pessoa, em primeiro lugar, precisa não precisar dela.
Portanto, trate de trazer as plantas para o seu próprio jardim.