por Anette Lewin
Resposta: Não existem fórmulas eficazes para mudanças de comportamento mas, certamente, quanto mais um comportamento inadequado for reforçado, mais ele tenderá a aumentar.
Provavelmente você já conversou com seu marido e pediu a ele que não se expressasse com palavrões. Provavelmente não adiantou. Porque o simples fato de você dar atenção a ele quando ele diz um palavrão reforça o comportamento dele. Afinal, ter a atenção de alguém, é o maior presente que grande parte das pessoas deseja. Seja essa atenção positiva ou negativa.
Assim, tentando ser simplista, o melhor, em termos de comportamento, seria você não ligar muito para os palavrões que ele fala. Ignorar, mudar de assunto, atrair a atenção das crianças para algo que você considere mais adequado, são atitudes que podem resultar em algo melhor do que ficar insistindo para que seu marido controle seu palavreado.
Paralelamente, tente entender se seu problema com seu marido são realmente os palavrões que ele fala ou outros pontos da relação estão insatisfatórios. Se você tem queixas sobre o relacionamento, melhor conversar sobre isso com ele do que envolver as crianças num assunto que elas talvez nem estejam percebendo.
Crianças certamente ouvirão palavrões. Se não for em casa, será na rua ou em qualquer outro lugar. Quando pequenas repetirão esses palavrões sem noção do que estão falando. Muitos adultos darão risada, outros ficarão indignados e provavelmente chegará um momento em que a criança aprenderá o significado real de um palavrão e decidirá se quer usá-lo ou não.
Assim, se você não gosta de palavrões, simplesmente não os use. Você também é uma referência para as crianças e pode ser que elas acabem preferindo o seu linguajar ao dele.
Nem sempre pai e mãe concordam em tudo. E, por incrível que possa parecer, diferenças no modo de pensar e agir dos pais costumam ser mais benéficas do que maléficas. Desde que, é claro, eles não discutam e briguem pelas suas diferenças o tempo todo. E desde que, como já foi dito, não envolvam as crianças a ponto de obrigá-las a tomar partido de um ou de outro.
Crianças que aprendem que há várias formas de pensar sobre um mesmo assunto, e várias são válidas, terão menos chance de cair nas garras de doutrinários radicais cujo objetivo é moldar cabeças fracas a seu favor.
Assim, ao invés de tentar mudar a forma de se expressar de seu marido, acredite na sua e minimize o valor dos eventuais desabafos grosseiros que ele possa apresentar. Caso as crianças perguntem, diga, no máximo que você prefere formas de expressão diferentes do que a linguagem dos palavrões . Você mostrará a elas que nem sempre elas conseguirão mudar o que acham inadequado, mas serão livres para escolher sua própria forma de agir, sentir e pensar.
Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.