por Roberto Santos
"Como faço para abordar alguém e deixar meus contatos?"
Resposta: Muito boa sua pergunta, pois "networking", sem dúvida, é a fonte mais concreta e de sucesso potencial em períodos de transição de carreira, aquele usual eufemismo para o desemprego que mais cedo ou mais tarde pode afetar qualquer um de nós.
Mais do que responder anúncios de jornais ou de sites, contar com uma indicação de alguém que nos conhece para alguém que não nos conhece, aumenta bastante a chance de sermos colocados "na frente" de um selecionador; daí para frente, depende da gente.
Agora, para responder sua pergunta, precisamos substituir o verbo "fazer" por "construir", isto é, não se faz networking instantâneo sem nos colocarmos no dilema que você sente de parecer "interesseiro" ou sentir-se "obrigado" a virar amigo da pessoa contatada. O primeiro limite – de parecer interesseiro, é mais imediato do que o receio de ter que se tornar amigo pessoal. Por medo de parecer interesseiro, podemos simplesmente deixar de usar nossa rede de relacionamentos.
Essa rede usualmente é composta de colegas das várias escolas e empresas que passamos, de empresas que visitamos, de conhecidos em congressos e seminários, etc.
Construir o networking é "montar" esta árvore ou rede de relacionamentos e planejarmos sua abordagem, começando pelos mais próximos e de contatos frequentes para os mais remotos – todos que tenhamos alguma referência de onde conhecemos. Ainda que seja válido seu temor de ser visto como o interesseiro que só entra em contato quando está em dificuldade e com alguma necessidade, o mercado tornou essa busca bilateral como uma regra e, amanhã, a pessoa que você contatou, poderá retornar para você com uma necessidade semelhante.
Networking: etiqueta
Essa relação de reciprocidade é implícita nesse cenário. Porém, um pecado capital na construção da sua rede de relacionamentos é, depois que você conseguiu o que queria, deixar de retornar para a pessoa que o ajudou a colocá-lo ao alcance de um contato quente com um status ou um agradecimento, ou pior, quando você superou sua transição de carreira, não retornar suas ligações, pois "não tem tempo" para jogar conversa fora. Sobre esse e outros aspectos da "etiqueta do networking", eu escrevi um artigo na coluna de Gestão Pessoal do Vya Estelar que poderá completar as ideias acima — veja aqui.
Boa sorte em seu networking!