Como fica o mundo pós-pandemia?

No mundo reina a diversidade. Podemos, num plano amplo, pensar em diferenças geográficas (clima, topografia, vegetação etc), de sistemas políticos (parlamentarismo, monarquia etc), grau de liberdade de expressão e de respeito aos direitos humanos, atividades econômicas praticadas, riqueza e pobreza entre os indivíduos, manifestações de fé religiosa e espiritualidade, etnias, expressões artísticas e culturais etc.

De forma alguma esgotei setores, apenas quis salientar como o mundo sempre foi constituído pela diversidade. Até cerca de janeiro de 2020 placidamente conduzimos a vida com suas belezas e mazelas, conquistas e fracassos de sempre, tínhamos a crença de que sabíamos viver dentro do vasto pântano dos problemas e soluções para velhos problemas.

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Até que chegou uma epidemia que rapidamente adquiriu dimensões globais. E virou tudo de ponta cabeça, para nações e indivíduos. Não me parece que após se alcançar um razoável controle da transmissibilidade  e letalidade do vírus, que tudo vai voltar a ser como era antes. Não dá para fazer grandes predições, sabemos que muitos estarão enlutados, muitos terão perdido seus negócios, empregos, fontes de renda e mal conseguirão ter como morar e comer.

Como será?

Empresas sobreviventes terão de reposicionar suas marcas. Governos precisarão reorganizar os orçamentos. Suicídios, depressões, casos de transtorno de ansiedade poderão ficar agravados. Trauma, incontrolabilidade e flexibilidade serão algumas das palavras deste tempo.

E cada um de nós? Depende. Ter casa, comida, rede de apoio social, condições sanitárias boas e saúde em dia, com assistência médica quando necessário e dispor de algum jeito de ganhar o pão honestamente são quesitos que facilitam enormemente a retomada da existência numa sociedade em mutação. Cada segmento social precisará pensar em como dar conta de levar aos desprovidos de apoio o acesso a condições de vida dignificantes. Até agora vejo lampejos, alguns admiráveis, inventivos e muito amorosos, com soluções pontuais, agudas. Vamos ver daqui para a frente…

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No nível individual, precisamos fazer claramente a distinção entre o que posso, devo e quero fazer (bem conhecendo o que nos move) e o que está fora do meu alcance no momento.

O que fazer para vivermos melhor?

O fazer cresce em qualidade quando é norteado por valores baseados na compaixão, bondade, criatividade, entre outros atributos. Se exercitamos a aceitação, aqui entendida como a disponibilidade de se abrir para a experiência corrente; de viver plenamente as emoções sem fugir delas e sem se escravizar a rótulos, ideários, palavras e metas; podemos surfar com maior maestria as exigências dos contextos novos que teremos à frente.

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Exercitar-se fisicamente (para manter flexibilidade e força) precisa caminhar de mãos dadas com exercícios de autoexame sobre nossos valores, formas de funcionar, crenças, motivações, necessidades e papel no mundo. E botem mão na massa, porque a vida não espera!