Como lidar com a não reciprocidade de ter a foto junto com o par no perfil do WhatsApp?

Por Anette Lewin

Depoimento de uma leitora:

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“Desde que nos conhecemos eu e meu marido sempre tivemos nossa foto juntos no perfil do WhatsApp. E de um tempo para cá, ele resolveu deixar só a dele. E fico muito chateada com isso. Pode parecer fútil para ele, mas para mim não. Então grande parte da discussão e por causa que eu reclamo da foto dele, e aí ele já fala que o WhatsApp e dele. Mas eu acho que cada um tem uma forma de agradar, e depois de casados temos que agradar um ao outro. Estamos há dois dias sem se falar e eu não vou atrás, pois sempre sou eu quem vou atrás, e estou cansada, parece que ele não me ama. Só tenho vontade de chorar, nesses momentos que não nos falamos; chegamos a falar de separação. Temos seis meses de casados. O que eu faço? Estou errada?”

Resposta: As fotos do perfil no WhatsApp variam muito. Há quem coloque a própria foto, há quem coloque do casal, do cachorrinho, das crianças, enfim, cada um coloca o que quer.

É claro que a foto colocada pode ressaltar o que, ou quem é importante para a pessoa, mas não é regra ou obrigação. Pode ser apenas uma sinalização que, naquele momento, a pessoa se vê assim: muito ligada ao seu cachorrinho, ao sobrinho que acabou de nascer, ao novo namorado. Mas mudar a foto de perfil é bastante comum e não sinaliza, necessariamente, um desapego. Aliás, os perfis podem ser individuais e grupais. Um perfil individual, como diz o nome, é individual. O mais lógico e o mais frequente é que seja identificado apenas com a foto da pessoa.

Parece que o que mexeu com você foi o fato dele ter tirado você do perfil. Para você, provavelmente caiu como um sinal vermelho alertando que as coisas não vão bem entre vocês.

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Você questiona se está errada por querer que sua foto esteja no perfil dele. Talvez você não esteja exatamente errada, apenas focaliza e superestima um aspecto que não é tão importante assim. Explicando: o que você quer é o amor é a atenção dele. A foto do perfil sinaliza o que ele quer mostrar para os outros. Vamos refletir: o que é mais importante? Os momentos que vocês vivem juntos ou o que os outros pensam sobre vocês? Bem, tente responder para você mesma.

Se chegar à conclusão que você ainda não se sente acolhida, amada e segura ao lado dele, certamente a relação  tem que ser mais trabalhada entre vocês. Vocês são casados há apenas seis meses e os primeiros meses de vida a dois são meses de ajuste a uma nova situação. Evite sentir-se fracassada e triste. Discussões são comuns nesse período e o sucesso do relacionamento vai depender de vocês conseguirem encarar as diferenças e seguir em frente.

Se, porém, você entende que o casamento é o que se mostra para os outros… bem, aí talvez seja importante você rever sua ideia de casamento. Existem muitos casais que, socialmente passam a ideia de casal perfeito, mas quando estão a sós vivem num mar de agressões. Aliás, desconfie sempre de excesso de demonstrações de carinho em público. Em geral esses excessos sinalizam que as coisas não vão bem entre quatro paredes.

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Voltando então à foto do perfil do WhatsApp, será que esse detalhe é tão importante assim? Será que você e seu marido não têm o direito de se sentirem livres para ilustrar seus perfis do jeito que quiserem? Será que o que os outros pensam sobre vocês é tão importante? Bem, são questões a serem respondidas antes de você começar a se desiludir com o casamento por uma questão tão banal.

Se quiser continuar casada, tente ressaltar os bons momentos que você tem com ele e não enfatizar as pequenas rusgas; tente buscar o diálogo depois das discussões sem se importar muito com quem vai atrás em busca da paz; e, sobretudo, tente olhar para casa um de vocês como seres independentes que podem ter ideias diferentes, gostos diferentes, sentimentos diferentes mas mesmo assim optaram por juntar suas diferenças numa relação de casamento. O casamento não pode e nem deve ser o assassino do “eu” de cada um; deve ser o engenheiro do “nós” através da união cuidadosa das características das pessoas nele envolvidas.

Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.