por Silvia Maria de Carvalho
Resposta: Já sabemos e é de senso comum que não existe um único responsável pelo relacionamento, quando esse se estabelece e se mantém.
Qualquer pessoa pode dizer que quando se trata de relação, há no mínimo, dois envolvidos.
Mas há um salto gigante entre a teoria e a prática. Falar "sobre", de alguma forma, nos absolve de ter que ser. As palavras que usamos não são necessariamente coerentes às nossas ações.
Dentre as formas de comunicação, podemos salientar a verbal. Aprendemos nos primeiros anos de vida a falar e esse aprendizado se desenvolve num ambiente familiar e cultural. Por exemplo: há vários significados da palavra "amor". Segundo o dicionário, amor é o nível ou grau de responsabilidade, utilidade e prazer com que lidamos com as coisas e pessoas que conhecemos. A palavra amor (do latim amor) presta-se a múltiplos significados na língua portuguesa. Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido…
Daí podemos imaginar a complexidade de significados que a nossa própria linguagem pode trazer. O que um fala pode ser diferente do que o outro escuta, que pode ser diferente do que se quis dizer e assim por diante.
Além das armadilhas verbais, outro ponto a ser pensado são as nuances emocionais. Por que é tão difícil para alguns admitir seus erros e para outros não?
Quem acha que não errou não tem o quê admitir. Como vamos convencer o outro que aquilo que ele sente não é verdade, se é a verdade para ele?
Há pessoas com extrema dificuldade em lidar com suas fraquezas. Acham que o ser humano é bom ou mal: não lidam bem com esse mesclado de incoerências que há em cada um de nós.
Automaticamente culpam o outro.
Não tente convencer ninguém de nada. Se não puder ser ouvida em seus argumentos, uma alternativa é se comunicar com atitudes e silêncios. Poderosos e eficazes comunicadores. Neste caso, a palavra é nossa pior inimiga.