E-mail enviado por uma leitora:

“Se o amor e o relacionamento amoroso são uma construção, não vêm pronto. Como o meu parceiro pode me tornar uma pessoa melhor e como posso fazer o mesmo por ele? Que conselho (caminho) ou dicas a senhora poderia me dar? Obrigada.”

Resposta: Cara leitora, gosto de explicar que o relacionamento amoroso é algo sempre em processo de mudança e construção, acordos e combinados podem mudar, o que é normal ao longo da relação. O que faz uma pessoa querer estar numa relação, muitas vezes, são as similaridades das vidas individuais, como por exemplo: Joana decide namorar Paulo porque ambos trabalham a noite, então os “dates” (encontros) são cafezinhos com pão na chapa às 9:00 da manhã, ao invés do Gin Tônica às 22:00 horas.

O que levamos em conta ao entrar em uma relação?  

Outro motivo que levamos em conta ao entrar numa relação que, diga-se de passagem, é o que chamamos de “amor à primeira vista”, é a atração física, ou seja, a famosa “química”. E uma outra questão que faz a gente se apaixonar por alguém seria a complementariedade, ou seja, a famosa tampa da panela ou outra metade da laranja.

O que um paixão e uma caixa de bombom têm em comum?

Quando nos apaixonamos por alguém nem sempre olhamos essa pessoa por inteiro, ou seja, um indivíduo com suas qualidades e seus defeitos, mas queremos apenas a parte que nos interessa. Costumo comparar com uma caixa de bombom, nem todos os bombons são os seus preferidos, sempre haverá um ou outro que serão os últimos a serem comidos, mas no final acabamos comendo porque não dá para trocá-los na loja ou devolvê-los. Se compararmos a caixa de bombons a um relacionamento, os melhores bombons são aquelas coisas que nos encantam e que mais gostamos no outro… mas, em algum momento, iremos nos deparar com os outros bombons que não gostamos tanto, ou seja, aquelas características do parceiro de que não gostamos tanto.

A diferença aqui é que você pode simplesmente descartar aqueles bombons que você não gosta, mas não pode jogar fora aquelas características nem tão agradáveis que, mais cedo ou mais tarde, vai encontrar no seu parceiro(a). Por mais que tenhamos o desejo de mudar essas características do outro que não nos agradam tanto, a verdade é que isso não é possível. A gente só muda um aspecto da vida se desejamos mudar, e o processo de mudança não se dá do dia para a noite, é um processo que pode variar de pessoa para pessoa.

Mudar o outro ou você é uma tarefa árdua

Mudar o outro ou a si mesmo é uma tarefa árdua e que talvez demore muito, se não impossível. Sugiro então, dentro de uma relação fazer combinados. Como diz o dito popular: o combinado não sai caro.

Se esforçar para construir uma relação melhor… sim

Acredito que ambos podem se esforçar para construir uma relação melhor, como por exemplo, sempre ter o diálogo, falar o que incomoda no outro e se existe sugestões para a mudança desse comportamento dentro da relação etc. Isso pode ser mais viável do que uma mudança na personalidade do outro.

Eu sempre digo que o processo de mudança só é possível se a pessoa realmente reconhece aquilo como um defeito e se está disposta a mudar por si e não pelo outro. O processo precisa ser natural e não algo obrigatório ou uma chantagem, por exemplo, “Vou deixar de ir jogar futebol de quinta à noite se você deixar de sair com suas amigas no happy hour às terças”.

A base do relacionamento está nas similaridades

A construção de uma relação amorosa vai além de olhar as diferenças do outro, ou no que a pessoa precisa mudar. A base de um relacionamento saudável está nas similaridades e, normalmente, no que motivou inicialmente para ficarem juntas.

Atenção!

Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.