Por Marta Relvas
O sistema nervoso do feto é considerado imaturo até a 16ª semana de gestação, porém, a base cerebral desenvolve-se completamente a partir da 18ª semana com a formação completa da células neuronais.
Importante destacar que a primeira atividade cerebral acontece, mais ou menos, por volta da sétima semana do desenvolvimento fetal, e geralmente, manifestam-se com os primeiros movimentos do feto dentro do útero materno.
As ondas cerebrais tornam-se mais regulares, a partir da 10ª semana, e os neurónios do bebê multiplicam-se a um ritmo de 250 mil por minuto. Estas células estão conectadas a milhões de axônios sob a forma de uma rede de fios em circuito.
Na vigésima quinta semana gestacional, a maioria dos axônios organizam-se de forma conectada formando uma rede neuronal repleta de possibilidades para receberem os estímulos.
Durante o desenvolvimento humano no interior do útero, o cérebro produz o dobro das células que o bebê necessita. Bilhões delas estão conectadas e precisam de estímulos para estabelecerem conexões com as outras células. O excesso de células que não são estimuladas perdem seus potenciais e sofrem apoptose (morte neuronal). Quantas mais as células neuronais do bebê forem estimuladas ainda no útero materno, menos células nervosas morrerão após os nascimento.
Ultrassonografia fetal pode detectar alterações do tubo neural antes do nascimento, radiografias, ressonância magnética e tomografia computadorizada da coluna vertebral detectam malformações, permitindo assim, um diagnóstico precoce de determinadas patologias como hidrocefalia, anencefalia, disrafismo espinhal (espinha bífide), e outras lesões nervosas podem provocar perdas de funções permanentes.
O cérebro é um órgão extremamente complexo que desempenha um papel preponderante em todas as funções do corpo sendo fundamental o cuidado e o acompanhamento do desenvolvimento neuroanatomofisiológico no processo da gestação na vida intrauterina.