Manter a conexão social é uma necessidade humana básica. E ela pode gerar um senso de ligação com outra pessoa ou grupo de pessoas; sentir que você pertence ou faz parte de algo maior do que você mesmo.
Por outro lado, a desconexão social de não ter a oportunidade de compartilhar seus valores e talentos com outras pessoas, se correlaciona com a piora da saúde física – incluindo menor expectativa de vida, como apontou um recente estudo.
Isolamento: o que acontece com quem possui grave saúde mental?
O recolhimento e o isolamento têm sido associados ao aumento das taxas de reinternação e maior internação hospitalar para indivíduos com condições graves de saúde mental, por exemplo, a esquizofrenia.
Em outro estudo os pesquisadores pontuaram que a exclusão social está ligada a crenças derrotistas, que podem gerar pensamentos típicos associados à dificuldade de se relacionar: “Qual é o motivo para tentar, eu vou simplesmente falhar de qualquer maneira”; “Falhar meio caminho é o mesmo que falhar todo o caminho”. Ou seja, por conta dessas crenças as pessoas podem, na prática, ativar sua incapacidade de manter relacionamentos, consequentemente, elas acabam se isolando, não interagindo com as pessoas.
Como se sentir conectado, quando a prescrição é para as pessoas se distanciarem socialmente?
Com a conexão sendo tão importante para nossa saúde mental, podemos encorajar as pessoas a redirecionar sua energia e atenção para as coisas que ainda podem fazer. Se eles se envolverem com sucesso nessas atividades, podemos dizer às pessoas que elas próprias tirem suas conclusões sobre suas capacidades de se conectarem, seus valores, suas contribuições e suas resiliências em navegar em situações difíceis e incertas como as que vivemos.
Assim, apresento algumas dicas para você buscar uma conexão segura e significativa durante este momento de distanciamento social:
• Cozinhe para sua família ou ensine outra pessoa em casa como preparar uma refeição favorita;
• Realize reuniões familiares diárias onde cada pessoa estabelece uma meta para o dia e apoia-se mutuamente para alcançá-las;
• Exercitem-se juntos;
• Divirta-se com atividades voltadas para casa, como organizar roupas no armário, fazendo um desfile de moda improvisado;
• Ensine uns aos outros seus hobbies, como crochê, desenho, videogames – qualquer interesse vale a pena compartilhar;
• Aprenda algumas frases em uma nova língua e pratiquem juntos;
Se viver sozinho:
• Crie arte e compartilhe-a com outras pessoas online ou via mensagem de texto, aproveite também para ler;
• Compartilhe aventuras humorísticas de animais de estimação;
• Planeje projetos, busque novas ideias;
Conexões virtuais com outros – em pequenos grupos e de forma mais ampla:
• Procure por shows online gratuitos, serviços espirituais, clubes de livros. Seja qual for o interesse, há um fórum online disponível para unir as pessoas, talvez agora mais do que nunca;
• Compartilhe refeições com a família estendida usando aplicativos de bate-papo por vídeo;
Como a empatia pode ajudar neste momento?
Empatia é nossa capacidade de nos relacionarmos com situações e sentimentos como seres humanos. Embora o impacto da atual pandemia possa variar de pessoa para pessoa, houve muitas mudanças – muitas acontecendo rapidamente e com muito pouco tempo para preparação. Essa experiência pode despertar uma gama de emoções – ansiedade, confusão, desconforto – e pode despertar crenças sobre ter pouco ou nenhum controle, entre outros pensamentos. Ao demonstrar que podemos entender as perspectivas dos outros, reduzimos a distância entre nós e fortalecemos nossos vínculos.