Como os casais têm reagido ao isolamento social

Antes do isolamento social, o normal era os casais reclamarem da falta de tempo para  poderem estar juntos ou até mesmo não ter tempo para namorar… onde, em muitos casos, cada um tinha a “sua vida”. Mas… e agora que as pessoas estão passando muito tempo juntas? Será que essa aproximação física gerou um distanciamento emocional? A convivência 24 horas por dia pode estar desgastando a convivência?

Resposta: A pandemia pegou a todos de surpresa. Embora o mundo já tenha passado por situações parecidas, já se passou um século desde a última, então a situação é inédita para todo mundo e para todo o mundo.

Continua após publicidade

Em situações novas e no caso, amedrontadoras, o comportamento das pessoas tende a oscilar bastante. No que se refere aos casais, a situação não é muito diferente. Assim, não é possível dizer que todos os casais que não tinham tempo para ficar juntos aproveitaram a situação da quarentena para namorar.

Casais há pouco tempo juntos e parceiros em relações longas reagem de modo diferente ao isolamento social


O que se pode observar é que casais juntos há pouco tempo, com planos para o futuro, na fase romântica de sua vida, certamente estão aproveitando a situação muito bem. Quando se trata de casais juntos há mais tempo, com filhos, a situação já não é tão homogênea. Alguns se irritaram e brigaram muito no começo da quarentena. Todos em casa o dia inteiro, crianças gritando, incertezas sobre o futuro e falta de espaço fizeram estragos emocionais imensos e namorar não foi, certamente, o que mais aconteceu entre eles.

Passados quase três meses, porém, o clima tem melhorado. Afinal, o ser humano acaba se adaptando a tudo. Os casais com filhos estão começando a dar mais atenção a esses filhos e descobrindo os prazeres de lidar com as crianças e com a energia que elas trazem para uma casa. Namorar, porém, não muito…

Parceiros passaram a valorizar mais o que têm em casa?

Continua após publicidade

Provavelmente, para os casais que já estavam em conflito, a situação deve ter piorado. Mas alguns, que já estavam a ponto de se separar acabaram por repensar a questão e adiaram a separação. Talvez por medo de se verem sozinhos nessa fase de isolamento; talvez porque não podendo estar “lá fora” perderam a possibilidade de achar que “a galinha do vizinho é sempre melhor do que a sua” e acabam valorizando o que têm em casa. Hipóteses apenas. Porque as estatísticas apontam que o número de pedidos de separação nos países que já saíram da quarentena aumentou muito…

A redução da privacidade é prejudicial à relação?

Quanto à questão da privacidade… bem, a comunicação online permite o uso de senhas. Qualquer pessoa pode trancar sua individualidade se assim o quiser. Estar próximo fisicamente, sob essa ótica, não significa compartilhar tudo ou perder a liberdade de manter sua vida individual. E aí, novamente, o que vai diferenciar a harmonia da desarmonia será o nível de maturidade do casal. Quem não respeita a individualidade do cônjuge fora da quarentena não a respeitará na quarentena. Com a diferença de que na quarentena, frente a uma briga, a pessoa agredida não terá para onde fugir. O que acabará por aumentar o nível de violência doméstica.



Em que aspecto a privação da liberdade atrapalha?

Continua após publicidade

Certamente a privação de liberdade trazida pela quarentena atrapalha, e por mais que nos esforcemos para fazer do limão uma limonada, toda e qualquer tentativa de glamourização do encarceramento soará falsa. Mesmo os casais mais novos sentirão falta do “lá fora”, das paisagens, do barulho das ruas, das surpresas dos caminhos. E torcerão para terem de volta o mais breve possível a escolha do ir e vir. Porque a liberdade é essencial para qualquer casal. Em todos os sentidos.