Sobre um dos desafios da família: formar filhos que tenham propósitos próprios, não os dos pais.
Os legados, as sucessões ocorrem com maior êxito, quando os pais, que obtiveram sucesso na vida profissional, são reais no relacionamento familiar, evitam ser idealizados ou endeusados, mostram-se simplesmente humanos, permitindo que os filhos não se sintam inferiorizados ou julgados por não se perceberam à altura deles.
O ideal é que, durante o convívio, entendam que podem aprender com os pais bem-sucedidos. O ideal, igualmente, é que esses pais reconhecidos como muito talentosos ou como grandes empreendedores não imaginem que os filhos lhes nasceram à imagem e semelhança, mas são novos indivíduos. Por isso, devem oferecer-lhes a oportunidade de trabalharem as suas potencialidades pessoais, incentivando-os a se realizarem por conta própria na vida.
O que esses filhos precisam?
Filhos precisam do olhar atento e justo desses pais. A possibilidade de bem sucedê-los e a capacidade de realização não têm qualquer garantia, não existem sequer por obra da genética, da fama ou da riqueza. Dependem, sim, de os filhos reconhecerem consistentemente (sem medos ou comparações equivocadas) o lastro de conhecimento e de experiência que os pais podem proporcionar-lhes amorosamente, absorvendo-o de modo a obterem o melhor dessa convivência frutífera. Assim, os filhos já largarão na vida profissional e laboral, com uma enorme vantagem, seguindo ou não, em termos de carreira, os passos previstos, esperados ou sonhados pelos genitores. Pais oferecem suas expertises e filhos as recebem como privilégio, não como fardo.