por Rosemeire Zago
Resposta: Apesar de aprendermos que perdoar é esquecer, sabemos que na prática não é tão simples assim. Dizer que “não foi nada”, “logo passa”, não nos isenta da mágoa nem da dor. Não dá para esquecer o que ou quem nos feriu, prejudicou, nos fez sofrer, chorar, mas podemos sim aprender com tudo aquilo que nos atingiu como se fosse um raio. Aprendemos a não nos permitir passar pela mesma situação novamente, ficando muito mais atentos, apesar de que em muitas situações nos fechamos com a ilusão de que assim não seremos machucados novamente, e nos lembramos que também não somos perfeitos e mais ainda, nos faz lembrar o que não devemos fazer aos outros.
Na verdade, o que desejamos mesmo é não sermos mais machucados, injustiçados. Mas será que há momentos que desejamos, ainda que inconscientemente, fazer com quem nos feriu, seja também ferido, sentindo a mesma dor que nos causou?
Segundo a psicóloga Maria Helena Matarazzo “o perdão se torna uma possibilidade quando a dor do passado para de reger nossas vidas; quando não precisarmos mais do ódio e do ressentimento como desculpas para obter menos da vida do que queremos ou merecemos. Perdoar é chegar à conclusão de que já odiamos bastante e não queremos odiar mais; portanto, perdoar é usar a energia da vida, não para reprimir esses sentimentos, mas para quebrar o ciclo da dor se voltando para o futuro e não machucando outras pessoas como fomos machucados”