por Margareth dos Reis
"Sou casado há oito anos, mas minha esposa e eu temos relação sexual em média uma vez por semana. Porém, tenho uma necessidade sexual bem maior que a dela, e me masturbo em média duas vezes por dia. Às vezes até quando estou no trabalho preciso ir ao banheiro para esse fim. Poderia por favor me esclarecer se isso pode ser considerado compulsão sexual?"
Resposta: O termo compulsão sexual, ou hiperssexualidade, significa apetite sexual excessivo, o que torna a pessoa refém da necessidade de sexo na maior parte do tempo da vida dela. É considerado um transtorno psiquiátrico pelo fato de a pessoa buscar o sexo constantemente, e essa busca prejudicar a atuação dela com estudo, família, trabalho, relacionamento afetivo e social.
O sexo é vivenciado como um fim em si mesmo – um alívio de tensão, e não uma forma de envolvimento ou intimidade. A satisfação sexual pode ser obtida por meio de qualquer atividade ligada ao sexo, com ou sem acompanhante, ou seja, por meio de contato sexual, masturbação, sexo virtual, pornografia etc. Não existe relação com a atração sexual por alguém nem pelo prazer que um encontro íntimo possa proporcionar.
A dependência por sexo acarreta uma grande ansiedade que se transforma em excitação sexual cuja descarga pode até ser prazerosa, mas o sentimento imediatamente posterior é de culpa pela situação que é estimulada pela falta de controle, e não por alguma fonte de prazer. E aqui reside a tênue fronteira que separa a hiperssexualidade do gostar muito de sexo: a capacidade de controlar os próprios impulsos sexuais no segundo caso, o que torna possível viver o prazer sexual de muitas formas com satisfação e sem arrependimento.