por Joel Rennó Jr.
"Estou grávida e sempre tive uma ansiedade muito grande, sempre fico muito nervosa, gostaria de saber como fazer para controlar isto. Qualquer coisa me abala a ponto de ficar muito sensível e chorosa."
Resposta: A ansiedade na gravidez só deve ser tratada quando for persistente, causar prejuízos de diversas ordens, além de um intenso sofrimento.
Ansiedade pode ser um estado emocional normal, circunscrito a determinados contextos e situações de vida. É até útil dentro de limites para preparar o organismo para reações de luta ou defesa. Ansiosos queixam-se muito de medo e sensação de perda de controle. Pode ter causas comportamentais, psicológicas, biológicas e genéticas. Porém, quando começa a tomar proporções maiores com incapacitação e sofrimento, cristaliza-se sob a forma de ansiedade patológica, necessitando de tratamento; principalmente quando algum transtorno psiquiátrico está presente como o transtorno do pânico, transtorno de ansiedade generalizada, fobias, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) etc.
Ansiedade elevada na gravidez: efeitos
Ansiedade constantemente elevada durante a gestação pode levar a maiores riscos de crescimento intrauterino retardado, parto prematuro e até, nos casos mais severos, abortamentos espontâneos. Por isso precisa ser tratada, avaliando-se os riscos e benefícios do tratamento versus os do não tratamento.
Ansiedade leve
Quadros leves e não patológicos de ansiedade resolvem-se com técnicas de relaxamento, treinamento de respiração abdominal, meditação, além de ioga e acupuntura. A psicoterapia comportamental e cognitiva, além da interpessoal costumam ser eficazes em quadros clinicos leves e moderados.
Ansiedade grave
Nos quadros mais graves de ansiedade, deve-se utilizar antidepressivos com cuidados e orientação de um psiquiatra (isso é obrigatório, ou seja, que o psiquiatra auxilie o obstetra nessas situações mais críticas). Deve-se evitar o uso de ansiolíticos, popularmente conhecidos como “calmantes”- aqueles medicamentos de tarja preta.
Dica importante: cafeína, cigarro, álcool e outras drogas estão proibidas na gravidez por inúmeros motivos e riscos. Qualquer medicamento, por mais simples que seja, sempre deve ser tomado apenas com a permissão do médico responsável. São questões básicas e gerais, mas que ainda causam inúmeros transtornos e graves sequelas para várias mulheres gestantes e seus bebês.