por Renato Miranda
Muito se diz sobre a importância da fase de inicial e formativa de jovens no esporte. Os momentos da iniciação, formação e posteriormente da especialização no esporte combina com a fase da vida que vai desde a infância até o final da adolescência, por volta dos 18 anos. Portanto, um período de grande importância na vida de qualquer pessoa, independentemente se o jovem seguirá carreira esportiva ou não. Assim sendo, a participação dos profissionais do esporte nesse momento da vida de garotos (as) é de suma importância.
Como proposta para o sucesso eu proponho aos especialistas do esporte, as seguintes dicas que poderão auxiliar suas funções nos diferentes momentos da vida dos jovens esportistas:
1ª) Ser bom modelo de comportamento e liderança para os jovens atletas
Naturalmente aquele que inicia ou já possui certa vivência no esporte, necessita de apoio e referência de comportamento que o estimule a vislumbrar metas e quais os “caminhos” que o levarão a atingi-las através de vivências de reconhecimento, auto-realização, desenvolvimento de capacidades físicas e outras em um ambiente com segurança e afetividade. Nesse sentido, o profissional é a pessoa que interfere em todos esses quesitos por meio de suas atitudes de relacionamento pessoal e desempenho profissional.
2ª) Ser autêntico
Significa, em poucas palavras, ser diferente. É fugir da aplicação de padrões de comportamento e ações práticas sem levar em conta as características de cada atleta (ou aluno) e do meio ambiente. Adaptar treinamentos às pessoas e a realidade ambiental, gerar um modo específico de agir positivamente para atingir objetivos, desenvolver uma mente concentrada e pronta para agir positivamente e estar sempre aberto para entender o ritmo de cada jovem para aprender e se desenvolver.
3ª) Ser criativo
Para ser criativo é necessário aprender a detectar sutilezas nas mais diferentes situações do dia-a-dia. No esporte infanto-juvenil em que a auto-expressão dos jovens atletas está em desenvolvimento é fundamental para os profissionais interpretarem cada palavra, gesto e silêncio como uma possibilidade de “feedback” que os jovens nos dão freqüentemente nas atividades esportivas. Ao detectar sutilezas surgem espontaneamente, idéias de novos exercícios, treinamentos, atitudes, desafios e tudo o mais que compõem a atividade esportiva.
4ª) Ter senso de humor e atitude positiva
O bom senso de humor ou bom humor (veja textos sobre saúde cíclica – clique aqui) funciona como um elemento básico para a manutenção do otimismo perante os desafios, que por sua vez agirá como grande motivador. Em resumo, estar de bom humor é estar equilibrado emocionalmente. O equilíbrio emocional permitirá ao profissional do esporte avaliar melhor qual a atitude tomar para vencer os obstáculos naturais da aprendizagem e do treinamento e, além disso, criar um ambiente de segurança e harmonia. Em conseqüência surgirão atitudes positivas durante os treinos e competições. Com isso, haverá repercussão de satisfação e alegria e todos os envolvidos no processo desportivo (atletas ou alunos, pais, profissionais e outros) e os mesmos avaliarão que formam um grupo importante para suas vidas.
5ª) Ter idéias próprias
Somente aquele que tem idéias próprias, consegue ser autêntico. Idéias próprias, na verdade é o redimensionamento e a transcendência do conhecimento adquirido. Em outras palavras é ir além daquilo que é referenciado como conhecimento padrão de um procedimento, técnica ou fenômeno. Por exemplo, no caso do esporte, um profissional que tem idéias próprias ao planejar um treinamento de habilidade motora para jovens, consegue vislumbrar as implicações que esse treino terá além do aspecto sinestésico, como: aspectos da concentração, da motivação, do estresse, fisiológicos, sociais e outros, como também projeções futuras de movimentos. O resultado de tudo isso será um treinamento de qualidade e promissor.
6ª) Dividir atenções e esforços igualmente por todos da equipe
É comum em uma equipe de treinamento esportivo (coletivo ou individual) a presença de diferentes personalidades, estilos de atuação, competências, desempenho, etc. No entanto, para que haja harmonia e consigamos atingir objetivos positivos, é necessário que o profissional disponha de atenção para todos os participantes, pois cada atleta tem seu ritmo e maneira própria para perceber tudo àquilo que é proposto e que acontece em treinos e competições. Dar atenção a todos é uma homenagem que o profissional faz ao esforço de cada um, é tratar todos de forma igual quando possível e cada um de modo diferente quando a situação e/ou as características pessoais exigirem. Muitas vezes a equanimidade no tratamento está justamente nas diferenças e não nas similitudes.