por Elisa Kozasa
É comum em uma conversa informal numa roda de amigos, ouvir pessoas dizerem que estão “preocupadas com sua qualidade de vida”, ou que sua “qualidade de vida não é boa”, ou que “acham que seus filhos não têm a mesma qualidade de vida que eles tiveram na infância”. Mas afinal, o que é qualidade de vida?
Embora não haja um consenso a respeito do conceito “qualidade de vida”, três aspectos fundamentais referentes a esse conceito são citados no site do Grupo de Estudos em Qualidade de Vida, que validou no Brasil um questionário (o Whoqol) que pertence à Organização Mundial de Saúde dentro dessa temática:
Três aspectos da qualidade de vida
(1) subjetividade;
(2) multidimensionalidade;
(3) presença de dimensões positivas (p.ex. mobilidade) e negativas (p.ex. dor).
Em outras palavras há um caráter subjetivo, pessoal, no que se refere à qualidade de vida, bem como ela é determinada por diferentes fatores como o ambiente físico, os relacionamentos, a saúde, a maneira de encarar as situações na vida dentre outros. Ela ainda depende de dimensões positivas como a mobilidade que possuo ou negativas como alguma dor física ou mental.
Esses dados foram pesquisados em diferentes culturas. Dessa forma, uma das maneiras de conceituar qualidade de vida é “a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
Em outras palavras este tema é mais complexo do que parece em um primeiro momento. Não podemos, portanto, querer decidir o que é melhor para a qualidade de vida de uma pessoa dentro de uma perspectiva diferente do que ela mesma vive.
Entrevistas em em projetos de pesquisa sobre qualidade de vida, pessoas idosas com um nível sócioeconômico baixo, e com baixa escolaridade, podemos ficar surpreendidos com as respostas: uma parcela razoável pode considerar boa ou muito boa a sua qualidade de vida. Para elas a justificativa é o apoio dos familiares, a presença de amigos, o fato de terem um grau de atividade relativamente bom para a idade, dentre outros fatores.
Se quiséssemos encaixar qualidade de vida dentro de uma visão de sociedade de consumo e de uma classe sócioeconômica mais favorecida, poderíamos julgar equivocadamente a qualidade de vida dessas pessoas. São outros valores que são considerados nessas avaliações.
Da mesma maneira, a partir de notícias que ouvimos sobre o que é melhor ou mais saudável em termos de alimentação, ou sobre a última prática de exercícios da moda, ou sobre a forma como as pessoas “irão” se vestir na próxima temporada, podemos ficar desesperadamente tentando nos encaixar nestes padrões achando que teremos uma qualidade de vida melhor. Novamente, voltamos para a importância da pessoa se conhecer e, de maneira bastante ponderada, perceber o que é melhor para ela mesma.
Existem alimentos saudáveis que podem ser preparados de diferentes maneiras e uma delas pode ser mais apropriada para você, bem como a forma de se vestir tem que fazer com que você se sinta natural, confortável e bem consigo mesmo (não seria isto a elegância?).
Quanto aos exercícios, há infinitas modalidades e dependendo das características, temperamento e idade de cada um, podem ser mais ou menos motivadores. Lembre-se que seja qual for, para que traga benefícios, você precisará praticar regularmente.
Que tal pensar um pouco no que pode melhorar a sua qualidade de vida? O que posso fazer por minha saúde física ou mental? Há algo posso fazer pelo ambiente em que moro?