por Roberto Goldkorn
Há mais ou menos trinta anos fiz uma palestra no Rio de Janeiro em que falei sobre a conectividade invisível que liga cada ser humano, encarnado ou não, entre si.
Lembro-me que usei uma metáfora de que, por termos uma origem comum, somos interligados por fios de luz invisíveis, que ficam mais incandescentes ou menos de acordo com a nossa proximidade ou intimidade.
Disse que não bastava a proximidade, mas as energias emocionais que emitimos uns para os outros, e reciprocidades dessa troca, a intensidade das emoções tudo isso poderia esquentar ou esfriar os fios.
Falei também do arquivo cósmico de conhecimento a que os hindus chamam de AKASHA, de onde muitos obtêm conhecimentos (inclusive eu) não obtidos pelas vias intelectuais, em sonhos ou estados alterados de consciência.
Nem em meus delírios mais estupefacientes poderia imaginar que anos depois haveria algo como a Internet, Orkut, Facebook que é a configuração real, embora virtual, daquela imagem que fiz na palestra.
Ah, antes que me esqueça, o arquivo akáshico (guardando-se as proporções) é o nosso Google.
O que isso quer dizer? Qual o lado oculto dessa comparação?
O que existe como realidade no plano “espiritual” (por falta de melhor designação) vai se plasmando no mundo tridimensional, à medida em que a humanidade se desenvolve e cria as condições para tal.
Observando a minha neta jogar um videogame usando um sistema Wi-fi de reconhecimento de imagem, fiquei pensando: o que virá depois?
Antes de me atrever a responder essas perguntas, uma observação. Reparem que a tecnologia quanto mais se sofistica, mais se torna simples. Minha neta tem apenas três anos, opera celulares, computadores com toques de dedo e movimentos de braços e pernas.
Os intermediários de alta complexidade, as “muletas” tendem a ser abandonadas, para buscarmos cada vez mais o essencial.
Já se volta a falar em energia solar, eólica depois de um século de combustíveis fósseis.
A acupuntura nunca esteve tão valorizada mesmo diante de máquinas sofisticadas que custam 5 milhões de dólares para fazer diagnósticos.
Mas voltando às perguntas futuristas.
O que está vindo por aí é o uso da mente direta como usina geradora e receptora de informações, sensações.
Tudo mira na mente. Todas as geringonças têm como alvo a nossa mente. O futuro que não está longe, vai tornar rotineira a utilização da mente como começo e fim dos processos sensoriais/emocionais. O telão será dentro da nossa cabeça, os comandos estarão plugados nela em forma de implantes no início, mas depois nem isso será preciso (talvez uma cápsula injetada na corrente sanguínea irá até o cérebro e comandará o show.
O fenômeno dos telepatas falsos ou verdadeiros, dos médiuns idem, dos hipnotizadores tudo isso se concretizará através da tecnologia e do conhecimento.
Mas ao contrario do que irão se convencer os tecnosofistas, eles não estarão criando algo a partir do nada. O modelo “platônico” potencial, espiritual já existe, há milênios, ou melhor dizer desde o início dos tempos.
Como disse o antigo filósofo Eclesiastes, não há nada de novo sob o sol.
Se a raça humana tiver êxito em sobreviver, talvez um dia a neta da minha neta, deitará numa poltrona especial e viajará a outros sistemas solares deixando seu corpinho físico quietinho e em segurança na Terra.
Afinal de contas, para que levar um corpo frágil, limitado, com pouco prazo de validade e baixa quilometragem, se é na mente que tudo acontece?