Conheça um pouco de história e cultura da Índia

por Gilberto Coutinho

Segundo o mais antigo e poético mito indiano, “O homem nasceu de um ovo dourado, posto pelo rei dos deuses na espuma do oceano cósmico”.

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A ciência acredita que, há 180 milhões de anos, a região, hoje conhecida como Índia, era uma ilha e, há 130 milhões de anos, foi, gradativamente, deslocando-se em direção ao norte.

Himalaia

Até que, há cerca de 50 milhões de anos, chocou-se com a Ásia, o que resultou a mais alta cadeia de montanhas do mundo, o Himalaia (do sânscrito, a morada das neves), sendo o Everest seu ponto culminante, com cerca de 8.848 m de altitude.

O Himalaia passou a deter ar quente vindo do sul, que, ao se precipitar, deu origem às chuvas – as monções, que contribuíram favoravelmente para o desenvolvimento da agricultura e, consequentemente, da primeira civilização indiana. Ainda hoje, símbolo da vida, as monções são recebidas por toda a nação indiana com grande expectativa e euforia, com tal exaltação que se faz notar até mesmo nos antigos cânticos sagrados.

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Segundo estudiosos, nossos ancestrais deixaram a África há cerca de 70 a 80 mil anos, percorrendo a costa do mar da Arábia até chegarem ao sul da Índia. Andarilhos e descalços, viviam da coleta de vegetais, pesca e caça e se movimentavam pela necessidade de encontrar alimento, abrigo, clima e terras mais prósperas. Supõe-se que, ao chegarem à região da Índia, eles tenham-se encantado com a diversidade da natureza fértil e abundante; daí, alguns tenham decidido ficar, dando origem aos “primeiros indianos”. Essa é uma impressionante parte da história do nascimento de uma cultura milenar, tão surpreendente quanto rica, magnífica, sábia e inigualável. Questiona-se se os não-africanos no mundo tenham suas origens nesses indianos. O cognome descontraído “Mãe Índia” é plenamente justificável.

Muitos consideram a Índia como um continente. Situada ao Sul da Ásia, acima da linha do Equador, é considerada o sétimo maior país em território e o segundo mais populoso; compreende uma área de 3,29 milhões de quilômetros quadrados. Seu tamanho excede o da Europa sem a Rússia. Ao Norte, encontra-se o Himalaia (situado entre a Índia e a China), China, Nepal e Butão. Ao Noroeste, o grande deserto da Índia, Paquistão (Deserto de Thar) e Afeganistão. A Oeste, o Mar Arábico. Ao Leste, Bangladesh, Burma (Myanmar) e a Baía de Bengala. Ao Sul, o Estreito de Palk e o Golfo de Mannar separam a extremidade delgada do país da ilha de Sri-Lanka.

No Norte, o inverno é rigoroso, principalmente nas proximidades do Himalaia. No Sul, a temperatura é mais amena. O verão, em geral, é muito quente; em algumas regiões, a temperatura pode chegar a 47° C. A estação de chuva ocorre entre os meses de junho e agosto.

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Devido a uma grande variedade de condições climáticas, a Índia possui uma vegetação rica e variada. Existe cerca de 45.000 espécies de plantas e arbustos (constituindo 7% da flora mundial) e 81.000 espécies animais (6,5% da fauna do planeta). Atualmente, existem 80 parques nacionais e 441 reservas de vida selvagem.

Em 15 de agosto de 1947, há 52 anos, a Índia libertou-se do domínio britânico, tornando-se uma nação livre e uma república em 26 de janeiro de 1950.
Constata-se uma Índia urbanizada e progressista em cidades, dentre outras, como: Nova Déli (capital da nação, combina um interessante e belo paisagismo atrelado a uma arquitetura moderna e medieval que conferem à metrópole um charme todo especial).

Bollywood: indústria de cinema

Mumbai (cidade mais populosa do país e a capital do comércio, da indústria e do entretenimento, abriga importantes instituições financeiras e a indústria de cinema e televisão – Bollywood – e possui um dos maiores portos do Mar Arábico.); Chandigarh (bela cidade, conhecida internacionalmente pelo seu moderno planejamento urbano e arquitetônico, situada no estado de Punjab); e Bangalore (capital do estado de Karnataka, terceira cidade mais populosa da Índia, é sede de alguns dos mais reconhecidos colégios e instituições de pesquisas do país.). Palco de alguns dos grandes momentos e descobertas da humanidade, atualmente o país é a quinta maior economia do mundo, o maior produtor de leite, chá, açúcar, coco, banana, manga, tomate, castanha, filmes comerciais (mais de 800 filmes são produzidos anualmente; a indústria cinematográfica está concentrada em Mumbai, no entanto Chennai e Calcutá são também importantes centros de produção) e tratores; e o terceiro maior produtor de algodão, tabaco, satélite e infraestrutura de ciência e tecnologia.

O Híndi e o Inglês são idiomas oficiais, porém existem 15 línguas principais e 844 dialetos que são falados em diferentes regiões do país.

A grande maioria dos indianos é hindu, entretanto os mulçumanos, sikhs, cristãos e judeus são livres para vivenciar as suas respectivas crenças, e os inúmeros festivais religiosos são celebrados por toda a nação com entusiasmo.

Símbolos nacionais

Além do emblema e da bandeira, são também símbolos nacionais a flor de lótus, o pavão, o tigre e a árvore Banyan. A Índia segue um regime parlamentar de governo, sendo considerada a maior democracia do mundo. E a base de sua política externa é o espírito da coexistência pacífica.

Reformas na economia iniciadas na década de 1990 resultaram numa grande reestruturação do setor. Hoje, a Índia fabrica equipamentos de telecomunicações altamente sofisticados e softwares de computadores, adentrando em áreas de elevado padrão tecnológico, tais como: produção de energia nuclear e fabricação de equipamentos espaciais.

Enfim, passando por ruínas inacreditáveis, por cidades modernas e muito antigas, por uma cultura milenar, por uma arquitetura sofisticada e primorosa de 5 mil anos, por inúmeros lugares surpreendentemente fascinantes, por peregrinações religiosas, por templos seculares, por cavernas escavadas em rochas, por museus sofisticados, por magníficos sítios arqueológicos, por palácios esplendorosos e hotéis luxuosos, pelo magnífico Taj Mahal, pelo Himalaia (belíssimas cadeias de montanhas cobertas de gelo), por praias paradisíacas, pelo extenso e sagrado rio Ganges, por florestas intactas, por vastos coqueirais, por animais e plantas exóticas, por parques arborizados e floridos, por festas folclóricas, músicas e danças típicas, por uma culinária sofisticada, por belíssimos vales, por sábias filosofias, pelos yogues (“as pedras preciosas” da Índia), pela flor de lótus, pela sábia e antiguíssima medicina Ayurveda, pelas diferentes religiões, pelos deuses antigos e encarnados, pela fé e religiosidade, pelos mistérios, por um povo simples, belo, cativante e admirável, pelas pegadas de Mahatma Gandhi, pela modernidade e tecnologia, por passeios de barco, pelo artesanato extremamente singular e belo, por entre muitos outros atrativos, sem a menor dúvida, a Índia deixa a impressão de um país único e encantador.