por Dulce Magalhães
E se tudo funcionasse do jeito que a gente sonha? E se as pessoas agissem exatamente como a gente espera? E se as condições fossem sempre favoráveis?
Ah, como seria bom. Porém, as coisas não são assim. Tem gente razoável e tem gente muito maluca. As condições às vezes favorecem, às vezes não. A maioria das pessoas fica angustiada, frustrada e até enraivecida com a realidade. Como você já deve ter percebido, não adianta lutar contra ela. Em nosso processo de formação, recebemos informações sobre a realidade. Crescemos acreditando que há um final feliz, um “para sempre”, como um prêmio que se alcança, não como uma experiência que se faz no dia a dia.
Então acontecem as inevitáveis "crises", é o mercado que entra em baixa, o dólar em alta, ou dificuldades no casamento, ou problemas com o filho, ou questões graves de saúde… Enfim, há tanta coisa que pode vir atropelando nosso caminho que nem dá graça de fazer a lista.
Quando eventos difíceis acontecem, muita gente cai na paralisia, fica sem ação, apático ou, pior ainda, apegado aos seus antigos conceitos de realidade, vibra no medo, na raiva e busca culpados. Em sua fórmula de realidade não cabe aquilo que está acontecendo, tornando o que era para ser um desafio numa crise, que nada mais é do que a definição que temos para um dado cenário de realidade.
As pessoas que se lançam na aventura de viver o que vier e de aproveitar do jeito que der, parecem conseguir melhores resultados do que aquelas que têm expectativas muito restritas sobre o que deve ser. Ficar à espera de condições melhores não modifica a realidade, que só vai se modificar se nós mesmos estivermos nos modificando.
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Esperamos a próxima segunda-feira, a mudança do governo, o dia do casamento, adiamos para depois do divórcio ou quando os filhos nascerem, ou quando saírem de casa, no dia que começarmos no novo emprego ou para depois da aposentadoria. Enfim, é um deixar para depois, para uma situação melhor, para um outro momento.
Tem gente que costuma falar sobre a correria de sua vida, de ter trabalho para o final de semana, de trabalhar depois do expediente, de não ter tempo para ir à academia ou para estudar, como uma fase. Algo passageiro, que assim que terminar, a vida vai entrar nos eixos e vai se estabelecer a rotina dos sonhos. Uma fase dura uma semana, ou exatos sete dias, depois disso já é a rotina. Esse passa a ser o dia a dia, mas a pessoa fica se enganando, dizendo que é apenas temporário. E esse temporário vira meses, depois anos.
Para se obter os resultados almejados e conseguir viver a vida que se deseja, é preciso se colocar na agenda. Programar o tempo para conduzir a vida na direção pretendida. Tomar as decisões e implementar as ações. Ser seu próprio acompanhante na vida, de forma a consultar-se se quer mesmo sair agora ou ficar aqui, fazer ou não, definir o que realmente deseja viver no momento. Perguntas simples, respostas que mudam tudo.
Você está esperando por condições ideais para viver tudo o que deseja?
Está esperando adentrar no alegre e confortável ambiente da Felicidade?
Será que não lhe contaram que esse negócio de Felicidade não existe?
Você vai ter que aprender a ser feliz sem ela. Portanto, o melhor dos mundos está à nossa disposição, desde que sejamos capazes de combinar conosco mesmos, num estado de coerência, viver de acordo com o que pensamos e fazer aquilo que falamos, independente das condições.
A questão é ter clareza que crise é quando pluralizamos um evento e o transformamos em modelo. Para passar de plural para singular é só retirar o S – crie! Criatividade é o oposto da reatividade e permite que o indivíduo navegue na direção que deseja, independente das condições do mar. Reflita sobre isto. Suerte!