por Jocelem Salgado
Só de pensar em bacon, presunto e hambúrguer nossa boca já se enche de água! Que esses produtos são muito saborosos todos nós já sabemos, o que muitos não sabem é que dentro desses alimentos estão substâncias ou aditivos que não são nada amigos do nosso organismo.
As carnes processadas são produtos geralmente feitos a partir de carne bovina, suína, de frango e/ou peru que diferenciam do seu estado original através de processos como moagem, adição de ingredientes ou cozimento alterando assim sua aparência, textura e sabor.
Salame, presunto, mortadela, salsicha, nugget… Basta ir ao refrigerador do supermercado para ficar em dúvida sobre qual carne processada levar! São inúmeras alternativas… Esses produtos são normalmente consumidos sem moderação e, muitos consumidores, até levam para a mesa para que seus filhos também possam consumir. Mas é preciso esclarecer que esses produtos apresentam mais riscos do que benefícios à saúde.
As carnes vermelhas processadas são ricas em sódio e conservantes, especialmente os nitritos e nitratos. Esses compostos são comumente utilizados para inibir a perda de cor e a proliferação do Clostridium botulinum, responsável por intoxicações alimentares como o botulismo. No entanto, esses compostos reagem no nosso organismo formando as chamadas nitrosaminas, que são compostos altamente cancerígenos. Isso explica os principais efeitos indesejáveis do consumo excessivo de carnes processadas.
Inúmeras pesquisas demonstram a estreita relação negativa entre o consumo de carne processada e o desenvolvimento de inúmeras doenças crônicas não transmissíveis. Uma pesquisa publicada em 2014 no International Journal of Clinical and Experimental Medicine examinou se existe uma associação entre a ingestão de carne processada com câncer de bexiga. Foram analisados 11 estudos sobre a carne processada envolvendo mais de 1 milhão e meio de pessoas – até 1.558.848 indivíduos. Os resultados do estudo indicaram uma associação positiva significativa entre o consumo de carne processada e câncer de bexiga. Foi observado um aumento em 33% do risco do desenvolvimento do câncer de bexiga com o consumo de carne processada em populações do continente americano.
Outro trabalho publicado em 2013 na revista cientifica European Journal of Clinical Nutrition mostrou que o consumo de carne processada aumentou também o risco de acidente vascular cerebral (AVC). O risco de acidente vascular cerebral aumentou significativamente em 11% para o consumo de 50 g por dia de carne processada.
Durante 13 anos, pesquisadores de dez países questionaram 450 mil pessoas e avaliaram sua saúde. Com o passar dos anos, 26 mil e 344 participantes morreram, e verificou-se que os que consumiam carne processada com frequência tinham 44% mais probabilidade de morrer prematuramente do que os demais. A pesquisa, publicada na revista BMC Medicine, apontou ainda que aqueles que comiam mais de 160 g de carne processada diariamente (equivalente a três salsichas) tinham 72% mais probabilidade de morrer de doenças cardíacas.
Na Suécia, uma pesquisa publicada na revista Circulation: Heart Failure verificou que a incidência da insuficiência cardíaca é 28% maior em homens que comem 78 gramas ou mais de carne vermelha processada em relação aos que ingerem 25 gramas ou menos destes produtos ao dia. O estudo também concluiu que o consumo de cada 50 gramas (correspondente a duas fatias de presunto, por exemplo) a mais de carne processada no dia eleva em 8% o risco de insuficiência cardíaca. Os especialistas indicam que você consuma no máximo 20 g por dia de carnes processadas.
A dica que eu deixo para vocês é: não se preocupe em comer um sanduíche com bacon uma vez por semana quando sair com a sua família ou amigos. Isto não vai te matar. O problema é comer quatro sanduíches de bacon por semana.