Consumo de milho ajuda a prevenir catarata e degeneração macular relacionada à idade

por Jocelem Salgado

O milho é um dos alimentos mais difundidos no Brasil e no mundo e serve como alimento tanto para as pessoas como também para os animais. É consumido por pessoas de todos os níveis socioeconômicos e está muito presente na alimentação da população brasileira.

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Além dos grãos cozidos, o milho é consumido, principalmente na forma de produtos processados, como enlatado, farinhas, doces, cereais matinais e pratos típicos.

O grão desse cereal contém vitaminas do complexo B, minerais e, principalmente, os carotenoides luteína e zeaxantina, sendo um dos poucos alimentos que combinam esta dupla de carotenoides. Embora a luteína apareça em folhas como a rúcula e a couve, e a zeaxantina esteja no pequi e no pimentão, são raros os vegetais que somam boas quantidades de ambas as substâncias.

A luteína e a zeaxantina, não são precursores da vitamina A, ou seja, não se transformam em vitamina A quando ingeridos, como outros carotenoides betacaroteno e criptoxantina. Porém, eles têm chamado a atenção dos pesquisadores por serem, seletivamente, acumulados no centro da retina humana, especificamente na mácula, onde se concentra a maior parte dos fotorreceptores. São esses carotenoides que conferem a pigmentação amarela dessa região do olho.


A luteína e a zeaxantina são acumuladas no centro da retina humana, especificamente na mácula

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Diversos estudos demonstraram que a presença da luteína e da zeaxantina no organismo humano estão associadas à redução do risco de degeneração macular e de catarata. A degeneração da mácula é uma doença que destrói os fotorreceptores e provoca a proliferação anormal de vasos sanguíneos, diminuindo a visão e distinção das cores. Essa doença é a principal causa de cegueira em pessoas acima de 60 anos em países desenvolvidos e, em estágios avançados, a doença não tem tratamento efetivo, o único tratamento é a dietoterápico. Os estudos sugerem que a ingestão de alimentos ricos em luteína e zeaxantina podem aumentar a densidade dos pigmentos na mácula e pode ajudar a melhorar a função visual dos pacientes que sofrem da doença macular, bem como prevenir essa doença naqueles que ainda não sofrem dessa patologia.


Substâncias presentes no milho como os carotenoides luteína e zeaxantina previnem a degeneração macular

As pessoas com alto risco para Degenerescência Macular da Idade (DMI): idosos, mulheres, fumantes e pessoas com íris clara, tendem a ter uma baixa densidade de pigmento na mácula. A densidade desses pigmentos na mácula pode ser aumentada por intervenções nutricionais, tal evidência mostra uma ligação, indireta, ou seja, quanto maior a ingestão dietética de luteína e zeaxantina maior a densidade do pigmento macular e menor o risco para DMI. Estudos indicam que doses acima de 5,8 mg/dia mostraram-se eficazes a ingestão dietética de luteína e zeaxantina e o risco para cataratas também tem sido explorada nos estudos recentes. A catarata é a principal causa para perdas de visão em países desenvolvidos e lidera a perda de visão em nível mundial. Pesquisas mostram uma significativa relação entre o consumo de luteina e zeaxantina e a redução de cirurgias de catarata. A dose efetiva recomendada foi de 6.0mg/dia para luteina e zeaxantina.

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Consumo de milho reduz risco de catarata

Para obter os benefícios da luteína e zeaxantina, o milho pode ser consumido cozido na própria espiga ou em preparações. Estudos demonstraram que o milho enlatado é uma boa fonte desses carotenoides. Entretanto, é preciso tomar alguns cuidados com esse produto, pois geralmente o milho é conservado em salmoura e tem grande quantidade de sódio, devendo ser evitado por pessoas com hipertensão. Neste caso, prefira comprar a espiga, cozinhar e retirar os grãos para colocar nas preparações. É importante salientar que o aquecimento excessivo e por demasiado tempo pode acarretar em diminuição da luteína e zeaxantina, já o congelamento parece não afetar significativamente o teor desses compostos.

Os derivados de milho, como a farinha de milho, o fubá, a polenta e o curau não contêm quantidades tão relevantes de luteína e zeaxantina quanto os grãos, portanto não são boas fontes desses compostos.

Mas, os benefícios da luteína e zeaxantina, não se restringem somente aos olhos. Pesquisas têm mostrado que o consumo de frutas e vegetais ricos nesses carotenoides está relacionada à redução de doenças coronarianas, diminuição do câncer de cólon e mama. Sendo assim, procure incluir grãos de milho na sua alimentação. Eles podem ser adicionados a saladas, misturados no arroz já cozido, em sopas e caldos, em refogados; podem ser acrescentados em sanduíches e onde mais sua criatividade permitir.