por Sonia Corazza
De um lado nada é mais correto que a escolha racional antes de comprar qualquer coisa. O consumidor, atento com o destino do planeta, hoje começa a pensar na real necessidade do invólucro do cartucho, na bula que conta a história do banho, etc.
Será que tudo isso é mesmo importante?
Na visão dos mais radicais, puro desperdício de matéria-prima e mais lixo sobre o planeta. Mas a área cosmética vive de glamour, evocações sensoriais, prazer e muita, muita beleza aparente. Então como equilibrar a caça ao consumidor com o respeito ecológico?
A saúde e o bem-estar dependem tanto das nossas ações, como das omissões. A não ser que sejam introduzidas mudanças drásticas na forma pela qual as pessoas vivem, trabalham e se divertem, nossa vida vai piorar a cada dia.
A comunidade empresarial percebeu que os atuais padrões de produção e consumo são insustentáveis, com isso o dia-a-dia mudou. Em cada residência hoje já se vê a separação do lixo orgânico e reciclável; as empresas começam a integrar as considerações ambientais à sua estratégia e ao seu planejamento de longo prazo, o que é essencial, se quiserem aproveitar as oportunidades de negócios, competir com outras empresas que levem os aspectos ambientais em consideração e atender às partes interessadas e envolvidas, cujas expectativas ambientais são cada vez maiores.
Falando da minha área de atuação, as empresas de cosméticos têm uma natural afinidade com o respeito ao ambiente. Por outro lado, os investimentos em engenharia e equipamentos necessários para conformar-se aos requisitos legais, são normalmente pequenos, mesmo porque em grande parte das vezes, eles já fazem parte da rotina industrial. Então é vital que se eduque o consumidor a escolher um shampoo, desodorante ou pasta de dente levando em consideração também o quanto a empresa pensou no meio ambiente.
Embalagens e consumo responsável
O consumidor amigo do planeta procura materiais ecologicamente corretos, mas ainda é difícil entender e escolher produtos, pois as normas, leis e critérios referentes à produção de embalagens ainda não seguem a um padrão único.
Em alguns países a regulamentação é preventiva, visando inicialmente diminuir o peso e o volume das embalagens, a fim de reduzir a poluição do ar, da água e do solo, freando a proliferação de detritos, e poupar energia e recursos que estão tornando-se mais escassos a cada ano que passa, pois o consumo de materiais vem aumentando.
Em outros, a preocupação é com o destino das embalagens depois de usadas. Cada um procura, da forma que lhes parece mais apropriada, conter o fluxo de lixo doméstico e evitar danos à natureza devido às embalagens.
Vejam que interessante o resultado desta pesquisa publicada no livro Marketing Verde: Desafios e Oportunidades para a Nova Era do Marketing, de Jacquelyn Ottman. Ela mostra como habitantes de diversos países se identificam com a expressão: "Estou muito preocupado com a situação do meio ambiente". Inesperadamente os habitantes de países menos desenvolvidos, como Índia e México, mostraram uma maior preocupação com o destino do planeta que outras pessoas de áreas mais desenvolvidas, entre elas Estados Unidos e França.
Então a saída é mesmo se conscientizar e agir, afinal todos ganharemos!