por Elisa Kozasa
Talvez lendo o título deste texto muitas pessoas, em especial mulheres que trabalham fora de casa, já tenham desistido de ler o seu conteúdo. Mas, peço um esforço para ir adiante, pois acho que as reflexões que vem a seguir valem a pena.
“Cozinhar em casa como?
Não tenho tempo para este tipo de tarefa. Trabalho, cuido dos filhos e o que posso compro pronto ou como fora.”
Ok. Isso provavelmente é uma realidade para muitas pessoas, outras que têm recursos financeiros, terceirizam para uma cozinheira. Essa opção para quem pode, é certamente mais saudável, em especial, se houver o cuidado de recomendar a ela um cardápio semanal e mais ou menos balanceado nutricionalmente. Mas o que eu gostaria de resgatar por um instante é o prazer que pode ser cozinhar. Cozinhar, para muitas mulheres “modernas” é tido como algo de “Amélia” no sentido pejorativo, ou seja, a mulher que cuida “apenas” das tarefas domésticas.
Pessoalmente, convivendo com várias pessoas de minha família, sei que quando as tarefas domésticas são levadas a sério, tomam um grande tempo do dia e não podem ser menosprezadas. Aliás, não apenas as tarefas domésticas, mas também o acompanhamento direto da educação dos filhos, levando-os e trazendo-os de suas atividades cotidianas e principalmente orientando-os. Uma mãe (ou um pai) em tempo integral e de bom senso, é aquele personal trainer para a vida.
Conversando com as minhas amigas que são mães, há aquelas que realmente optaram por deixar o trabalho em segundo plano, ou aquelas que gostariam de poder trabalhar menos, por tempo parcial, para ter esta dedicação aos filhos e à casa. Outras, é claro, adoram o trabalho e conseguem de maneira satisfatória, ainda assim, cuidar das tarefas domésticas e maternas. Nos tempos atuais, conheço também homens que assumem esse papel, e o fazem de maneira honrosa, por diversos motivos, até mesmo por terem mais talento natural para essas atividades que a mãe.
Mas vamos para a cozinha! Quando possível, cozinhar em casa pode ser uma opção barata e saudável. E isso começa pelo processo de compra e seleção dos alimentos em uma feira ou mercado. Focalizar em frutas, verduras e legumes de diversos tipos nos ajuda a compor um cardápio saudável. Carnes de preferência magras também fazem a diferença. Escolher vegetais de época faz bem também para o bolso. Optar por vegetais orgânicos está deixando de ser um luxo, pois seu preço e distribuição estão ficando mais acessíveis.
Cozinhar é uma arte e também não exagero em dizer que é a prática inicial de prevenção de doenças e promoção de saúde, e exige uma certa atenção, disciplina e treinamento. Não é só jogar ingredientes na panela e colocar aquele mesmo tempero comprado pronto. É claro que nesse caso, tudo ficará com o mesmo sabor todos os dias e a família irá ficar entediada. Um dos segredos está em variar a combinação de temperos, o que começa a ser simples depois de uma certa prática. E isto não costuma tomar tempo extra na cozinha. Há diversos programas de culinária na televisão além de livros de receita que mostram como cozinhar de maneira a não tomar muito tempo do seu dia. Vale ainda, para aqueles que não tem nenhuma prática no fogão, “nem fritar um ovo”, realizar cursos de culinária básicos.
Na medida em que vamos acertando a mão nas primeiras receitas e começando a ter o elogio dos que saboreiam a comida, vamos ficando incentivados em aprimorar nossa técnica. E quando verificamos a economia mensal, nem se fala!
Que tal irmos para a cozinha?
Dicas de leitura:
Dona Benta- Comer Bem- edição revista e ampliada. (trata-se de um livro de culinária básico, com dicas para iniciantes).
Jamie Oliver- http://globosat.globo.com/gnt/ (programa de culinária com boas receitas rápidas para o dia a dia).