por Antônio Carlos Amador
Nós não agimos no mundo direta ou imediatamente, mas sim por meio de mapas internos (sistemas de crença) do mundo. Qualquer indivíduo que diz "não consigo" ou "ninguém me ama" está, na realidade, usando uma linguagem para descrever seu mapa (sistema de crença interior), mas não necessariamente o mundo real ou suas experiências reais.
Para toda interação entre indivíduos – seja entre amigos, amantes ou familiares – cada pessoa traz consigo um conjunto de sistemas de crença ou mapas internos. Nós reagimos e funcionamos diante da realidade com base em nossas metáforas, que se tornam nossa realidade individual e pessoal.
Os pensamentos e sistemas de crença influenciam, positivamente ou negativamente, nossos comportamentos, determinando o que procuramos, o que reconhecemos e o que interpretamos. Em geral, eles expressam os elementos que aprendemos a acreditar serem significativos. Se, por exemplo, acreditamos que alguém é bem-humorado e gentil, tendemos a ser especialmente sensíveis a qualquer demonstração de afeto por parte dessa pessoa.
Sentir-se vulnerável gera confusão entre crença e realidade
Quando acreditamos que uma situação externa pode nos prejudicar ficamos mais vulneráveis. Nossos sistemas de crença nos levam a fazer profecias que se autorrealizam, a perceber seletivamente coisas que nos confirmam que elas estão corretas. Nós nem mesmo percebemos que nossa percepção está sendo tendenciosa e assim tendemos a confundir nossas crenças com a própria realidade.
Sistemas de crenças são poderosos
Os sistemas de crenças são poderosos, especialmente aqueles que sustentamos sobre nós mesmos. Quando acreditamos em algo sobre nós mesmos, tornamos aquilo parte de nós. Por exemplo, quando ficamos empacados procurando evidências de que somos odiados, sem considerar as vezes em que fomos queridos. Nossa autoimagem, o que acreditamos ser, é uma construção nossa, a partir de situações selecionadas com base em nosso passado, que orientam o futuro, informando-nos o que somos e também no que podemos ou não podemos nos transformar. A maior parte do que, pensamos, dizemos ou fazemos é, portanto, produto daquilo que acreditamos sobre nós mesmos, nossa identidade, nosso potencial e nossos próprios limites.
Algumas crenças pessoais limitam nosso sentido de poder e eficiência. "Não há nada que eu possa fazer" é a afirmativa clássica da impotência. Outros problemas de poder começam por "Eu não consigo…", "Eu nunca seria capaz…", "Eu não tenho capacidade para…" ou "Ninguém me ouviria…"
Nossos sistemas de crença podem nos impedir de exercitar novas escolhas na resolução de situações problemáticas. Mas, se fossem eficazes nessa área, as dificuldades seriam superadas e não precisaríamos procurar ajuda externa especializada.
Não deixe crenças negativas determinar sua capacidade
Não precisamos deixar que crenças negativas determinem e limitem nosso valor e capacidade. Podemos trocá-las por outras que sejam mais satisfatórias e mais permissivas. Em vez de "Eu não consigo…", podemos ser mais afirmativos com "Eu vou…", "Eu posso" e assim por diante.
Esse é um dos objetivos que podemos procurar alcançar: aprender a reconhecer nossas crenças pessoais limitadoras e ressignificá-las.