Criança e sexualidade: o que é “permitido” ou “não”?

por Marcelo Toniette

Resposta: A sexualidade é parte da realidade humana desde a infância. É importante ficar claro que a sexualidade não é sinônimo de penetração (coito) e não se restringe à ocorrência, ou não, de orgasmo. A sexualidade está presente na constituição da identidade da pessoa em todas as suas fases da vida, influenciando pensamentos, sentimentos e atitudes. A saúde física e mental também está relacionada com a sexualidade.

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A forma para se lidar com a sexualidade dos filhos sempre dependerá do contexto e do bom senso dos pais ou adultos. Somos parte de uma cultura em que a diversidade de padrões é presente, e nem sempre são compatíveis entre si. O mundo não cabe dentro das restritivas classificações de”bom”, “ruim”, “certo”, “errado”, ou ainda do “faça isso” ou “não faça aquilo”.

A linha-base para compreender a sexualidade não deve ter um padrão rígido, mas considerar valores éticos e incentivar o desenvolvimento de idéias positivas e humanas a respeito do próprio corpo e sentimentos, do viver em um espaço coletivo, da importância de reconhecer diferenças e diferentes formas de expressão da sexualidade, diminuindo o preconceito e a intolerância.

Em termos da sexualidade vivemos em uma cultura que, por um lado, incentiva atitudes liberais frente à sexualidade e, por outro lado, reprime e cerceia a sexualidade, forçando-a para que caiba dentro de padrões pré-estabelecidos e que nem sempre garante a felicidade e o bem-estar das pessoas.

Diante das atitudes e comportamentos dos filhos em relação à sexualidade e à afetividade, recomendaria aos pais ou adultos que colocassem em primeiro plano o diálogo com a criança, evitando gritar, bater, proibir, colocar de castigo.

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Nessas horas, sempre lembrar que a criança está experimentando e descobrindo o seu corpo a partir das sensações. Associar essa curiosidade – que é saudável – com mensagens negativas, somente funcionará para privar a criança de algo importante para si e para o seu desenvolvimento, assim como o aprender a falar, andar, brincar e interagir com outras pessoas no mundo que vive.

Com relação ao limite do que é “permitido”, ou não, é recomendado que seja transmitida à criança a idéia de que ela não deve fazer nada que não queira com o próprio corpo e, caso sinta-se incomodada ou pressionada a fazer algo, deve procurar um adulto de sua confiança e contar o fato. Daí a importância dos pais serem aqueles que compreendem e acolhem, e não apenas julgam (certo/errado; bom/ruim) e punem. A criança ficará mais à vontade para falar sobre si.

Para prevenir situação envolvendo abuso sexual, outra idéia a ser transmitida para a criança é não realizar brincadeiras ou atos de caráter erótico com outras crianças ou adultos mais velhos.

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Atenção!
As respostas do profissional desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psicologia e não se caracterizam como sendo um atendimento