Da Redação
Estudo publicado na edição online da revista Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, editado pela Endocrine Society, mostra que, já a partir dos sete anos de idade, as crianças obesas podem ter um aumento significativo no risco de desenvolver doenças cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC) no início da fase adulta.
O perigo existiria mesmo na ausência de outros fatores, como a hipertensão arterial.
O objetivo do estudo é verificar se a obesidade aumenta o risco de doença cardiovascular mesmo antes do início da síndrome metabólica, caracterizada pela soma de fatores como baixo HDL (colesterol bom), triglicérides alto, pressão alta e glicemia elevada. Por isso, as crianças e os adolescentes submetidos à pesquisa apresentavam níveis normais nesses indicadores.
Para os pesquisadores, os resultados desse estudo indicariam a necessidade de se reconsiderar a prática muitas vezes adotada pelos médicos de tratar a obesidade em crianças somente quando estas apresentam outras características da síndrome metabólica. O excesso de peso em crianças deveria merecer, portanto, uma intervenção terapêutica mesmo na ausência de outros fatores de risco.
“Desnutrição e obesidade podem parecer que estão em sentido oposto, no entanto, obesidade é um tipo de desnutrição. As pessoas confundem obesidade com saúde quando, na verdade, o obeso pode estar muito mais doente que o desnutrido. Obesidade causa doença cardiovascular, diabetes, problemas de coluna e muitas outras doenças graves”, explica o Dr. Daniel Magnoni, cardiologista e nutrólogo do HCor – Hospital do Coração.
Segundo o cardiologista, cabe aos pais elaborar um cardápio rico em nutrientes com alimentos saudáveis e refeições em horas certas e sem exageros. É importante iniciar a formação de hábitos alimentares assim que as crianças são apresentadas aos alimentos, ou seja, assim que abandona o leite materno.
“Altere o cardápio a cada refeição, mas não apresente todas as novidades de alimentos de uma só vez. Varie a seleção de carboidratos, que dá a energia para as crianças nas atividades diárias, as proteínas, que são essenciais para o crescimento e desenvolvimento dos pequenos e os alimentos ricos em fibras, vitaminas e minerais, responsáveis pela manutenção e o bom funcionamento do corpo”, alerta Magnoni.
Todos os alimentos têm igual peso, ou seja, não há alimento mais importante que o outro nessa fase. O ideal é montar uma pirâmide de alimentos e abrir algumas exceções ao longo da semana. “Escolha um dia da semana para a criança se divertir nas guloseimas, mas sem exagero, pois com o excesso de doces e frituras com o tempo ela pode apresentar doenças como obesidade”, salienta.
Dicas: alimentação saudável para as crianças
A dica do nutrológo é que os pais abusem da criatividade e introduza aos pratos infantis alimentos coloridos para chamar a atenção das crianças. Uma sugestão é decorar as refeições, para atraí-las. Abaixo algumas propostas que podem seduzir os olhos e fazer muito bem ao corpo na fase do desenvolvimento:
· Preferir carnes magras à vermelhas;
· Insira ao café da manhã iogurte, fibras – para auxiliar na digestão, e frutas;
· Substitua sobremesas calóricas e com muito açúcar, por frutas decoradas, ou gelatinas;
· Evite os refrigerantes, prefira os sucos naturais;
· Escolha um dia da semana para liberar as guloseimas;
· Não insista para que a criança coma, ela procurará o alimento oferecido quando sentir fome;
· Varie o cardápio, mas administre bem as novidades;
· Seguir uma ordem de horário para as refeições e os lanches intermediários;
· Usar a criatividade ao preparar os pratos, abuse dos legumes, para ter um prato colorido e das formas dos lanches para atrair a atenção.