Por Ângelo Medina
O genial baixista Charles Mingus (1922-1979) ao proferir a frase acima transcende ao mero jogo de palavras.
Provavelmente, ele se refere ao profundo cabedal de conhecimento técnico, comumente encontrado entre músicos de jazz.
Mingus mostra que o excesso de conhecimento harmônico (matemático) aliado à racionalidade, leva muitos músicos a complicar a música, que acaba se arrefecendo de emoção, virando um reflexo de estudo. Ao invés de buscar saídas criativas vindas da intuição, muitos se perdem em soluções vindas de anos a fundo dedicados ao estudo. Estas acabam sendo intrincadas, chatas e não comovem alma e ouvido.
Como já disse nesta coluna, o simples tende a ser mais bonito – veja aqui.
Só com muita maturidade musical é possível se “esquecer” da técnica e tocar com o coração para tocar o coração das pessoas. Para “esquecer” é preciso se entregar à intuição e ao fluxo da música. Dessa forma, a criatividade aflora naturalmente regendo a música DE VERDADE, que de complicada não tem nada.
Na vida, o condicionamento racional para buscar a solução de nossos problemas, e de tudo que nos aflige, por vezes, pode atrapalhar.
Ao passo que se entregássemos a solução para o nosso modo intuitivo (criativo), talvez simplificássemos o que complicamos, onde dispendemos esforço sem necessidade – saiba mais.