por Jocelem Salgado
O Natal se aproxima. Já está mais do que na hora de pensarmos e começarmos a nos preocupar com a ceia. Para começar, que tal entender de onde surgiu a ceia de Natal?
A ceia de Natal teve início com um antigo costume dos europeus que deixavam as casas abertas no dia de Natal para receber viajantes e peregrinos, e juntos, as visitas e os anfitriões confraternizavam a data de Natal.
Uma grande variedade de pratos era preparada para essa comemoração.
Com o passar dos anos, essa tradição se espalhou pelo mundo e cada país acrescentou alguma particularidade. A adição do peru na ceia, por exemplo, é uma tradição norte-americana que atualmente enfeita a ceia de outros países como o Brasil. Nos Estados Unidos, o peru foi consumido durante anos para comemorar a primeira grande colheita, surgindo assim o hábito de consumi-lo para celebrar datas importantes como o Dia de Ação de Graças e o Natal.
Cada país tem sua peculiaridade quanto à ceia de natal. Se você fosse passar sua ceia de Natal na Alemanha, iria se deparar com uma mesa repleta de carne de porco e muitos doces como pão-de-mel e amêndoas torradas. Muito diferente de quem irá passar o Natal na Polônia, onde é proibido comer carne vermelha nesta data. Neste país as ceias de Natal são compostas de peixes acompanhados de vinho branco. Já os franceses preferem peru e frutos do mar como as ostras. E não se assuste se você encontrar uma ceia de Natal no meio da praia! Na Austrália, assim como no Brasil, as festividades natalinas acontecem durante o verão e por isso as pessoas costumam fazer a ceia de natal em praias e na mesa não pode faltar o pudim de ameixas flambadas como sobremesa. Na África do Sul, também se comemora o natal durante o verão, e é comum colocar mesas do lado de fora das casas e saborear a ceia ali mesmo.
Sabemos que a ceia de Natal envolve muitas tradições familiares, já que é o momento de nos reunirmos para comemorar o nascimento do menino Jesus. Algumas famílias fazem a ceia com suas próprias receitas "secretas", outras comem apenas os pratos natalinos tradicionais. Ainda temos aquelas famílias em que cada casal leva sua "especialidade" para que todos possam contribuir de alguma forma para a ceia. Esse é o espírito natalino que não deve morrer.
Aqui no Brasil, a ceia é composta basicamente por uma mistura de pratos tradicionais europeus com algumas contribuições portuguesas e norte-americanas. Por exemplo, a rabanada e o bolinho de bacalhau como parte da ceia de Natal tem sua origem atrelada aos portugueses. Você sabe o significado de cada um desses pratos que compõe a linda mesa de Natal? Vou descrever para você entender melhor o que esperamos ao colorir a nossa ceia com esses alimentos.
Significados
As frutas secas e oleaginosas eram utilizadas na Roma antiga com um significado especial. Por exemplo, as avelãs evitavam a fome, as nozes significavam abundância e prosperidade e as amêndoas protegiam as pessoas dos efeitos da bebida. Além disso, contos de Natal como O quebra-nozes ajudaram a popularizar os frutos secos e as oleaginosas aos quatro cantos do mundo. Uma dica é utilizar oleaginosas peculiares do nosso país como a castanha-do-Pará ou a amêndoa do baru.
Nozes significa prosperidade e abundância
No entanto, é preciso cuidar com a quantidade ingerida uma vez que nozes e castanhas são ricas em gorduras e consequentemente contém elevado valor calórico.
O uso de frutas para enfeitar a mesa veio da Roma antiga A tradicional mesa de frutas também não pode faltar. E a dica é: quanto mais colorida, melhor, por isso vale a pena apostar em morangos, uvas, ameixas, pêssegos, maçãs, laranjas, peras e outras frutas da época. O uso de frutas para enfeitar a mesa veio da Roma antiga quando uma mesa enfeitada com frutas era usada para homenagear o "solstício de inverno", que significava a noite mais longa do ano, quando a Terra atinge o ponto mais distante do sol, o que acontece por volta do dia 25 de dezembro. Nesta época, tâmaras, uvas e pêssegos eram banhadas em ouro para ornamentar a casa.
Chegando o mês de dezembro um novo alimento invade o supermercado: o panetone. Atualmente, temos panetone pra todo gosto: frutas secas, chocolate, mousse de chocolate, nozes e castanhas.
Você sabia que até hoje não se sabe exatamente quem inventou o panetone?
Sabe-se apenas que o panetone foi criado na Itália.
Uma primeira versão diz que em 900 d.C. um padeiro da cidade de Milão chamado Tone elaborou um pão com frutas secas e nozes que fez muito sucesso. Esse pão ficou conhecido como pane di Tone. Uma segunda versão diz que um italiano estava apaixonado por uma moça e, empregou-se na padaria de seu pai para ficar junto dela. Para conquistar tanto o pai quanto a filha, ele criou um pão especial. O pão ficou muito famoso e o pai "deu a mão dela" ao italiano, daí surgiu o panetone. Uma última versão relata que o chef di ciusine Gian Galeazzo Visconti criou o panetone em 1395 ao elaborar um pão diferente para uma festa. Independentemente das lendas em torno da história do panetone, é claro que este é um típico produto natalino.
Panetone pode ter surgido em Milão em 900 d.C
Mas nem tudo veio de fora. O salpicão é um prato que nasceu aqui no nosso país. Entre as inúmeras variações, os ingredientes que basicamente compõe o prato são maionese, cenoura, batata, pimentão de varias cores, carne de frango ou peru, salsão e pimenta, além de frutas como abacaxi, cereja, maçã verde e uva-passa.