por Elisandra Vilella G. Sé
Durante muitos anos a dança foi considerada apenas como um instrumento de recreação e lazer. Tanto os médicos quanto os leigos, ao pensarem numa atividade física adequada para idosos, consideravam apenas a hidroginástica e a caminhada. Hoje sabemos que a dança é uma atividade física positivamente associada à saúde psicológica e ao bem-estar emocional dos idosos.
Com o advento dos programas educacionais para idosos, a dança passou a fazer parte de todos os módulos de atividade física. Por ser uma atividade aeróbica, muitas vezes é uma recomendação médica com o intuito de amenizar sintomas de algumas doenças como: hipertensão, obesidade, osteoporose, depressão e exercícios para a memória, etc. Além disso, a dança, principalmente a de salão é uma atividade que estimula a sociabilidade e promovendo o bem-estar emocional.
Memória é fator motivacional para dançar
No Brasil, as pesquisas envolvendo dança e idosos são incipientes, porém as práticas de ensino de dança são muitas. Pessoas que vivenciaram as ídas aos grandes bailes em salões, têm em sua memória o registro do prazer que essa atividade proporciona. Por isso, a prática da dança por parte dos idosos deve-se levar em consideração o fator relacionado à memória, às recordações que o idoso traz para o grupo em termos de relatos de experiência e pesquisa de fotos e discos antigos que registram essa época. É essa experiência que o idoso já possui com a dança que o motiva a continuar dançando.
São vários os motivos que levam uma pessoa a procurar a dança como atividade física. Na dança além de exercitar o corpo, a agilidade, coordenação motora e equilíbrio, ela também exercita a mente, a atenção, a concentração e a memória. Diminui o estresse e a ansiedade, além de melhorar a auto-estima, porque a dança ajuda na percepção positiva do corpo.
Pesquisas científicas envolvendo dança e idosos comprovam as contribuições para a saúde física e mental dos sujeitos, principalmente no que se refere aos ganhos ligados à força, ritmo, agilidade, equilíbrio e flexibilidade. As atividades físicas, quando praticadas regularmente, retardam as doenças que podem acometer os idosos.
É evidente também a possibilidade de retardar o declínio normal associado ao envelhecimento com a prática da dança. Segundo *Mônica Todaro, a dança pode ser praticada tanto por uma pessoa sedentária como por um atleta. Tudo depende do interesse, motivação, o prazer por dançar e da relação que a pessoa tem com seu corpo.
A dança é uma atividade física de corpo e alma. Somos um corpo inteligente, um corpo que sonha, reage, se emociona, sofre e que têm afetos. Cada um tem uma história corporal. Nosso corpo cresce com a experiência da atividade que praticamos com ele.
*Profa. Mônica Todaro: bailarina, mestre em Gerontologia pela Unicamp e pesquisadora sobre dança na terceira idade.