por Arlete Gavranic
A biodança desenvolvida por Rolando Toro no século passado, era a de utilizar a dança e exercícios psicocorporais para alimentar e revigorar o corpo e a saúde. O objetivo era o de desbloquear dificuldades psicoemocionais, como a timidez, fortalecer a autoestima, a afetividade e até trazer a (re) descoberta da sensualidade, através de uma autoconfiança crescente.
Dançar exige que você sinta seu corpo, solte a rigidez, preste atenção aos estímulos, o som, à parceira (o), o espaço, o ritmo, e que você se envolva com a música por inteiro com o corpo e a emoção.
Para viver a sexualidade você também precisa de muito envolvimento, primeiro com você mesmo. É imprescindível que você conheça seu corpo, suas sensações, que saiba relaxar para desfrutar do prazer e tensionar e envolver esse corpo, em estado de tesão, para seduzir e conduzir a relação.
É preciso que a pessoa se envolva com o seu ritmo corporal, preste atenção na sua respiração, quando está relaxado (a) e quando está excitado (a) e veja como muda. Além disso, o ritmo de excitação é diferente de pessoa para pessoa. Conhecer esse ritmo corporal e as regiões que podem ser mais estimulantes e até mais fáceis ou rápidas para levar ao prazer, é uma aprendizagem individual. Depois de se conhecer, a relação sexual pode ser um encontro diferente e até se tornar uma 'dança' deliciosa!
Quem deve dançar?
Toda relação exige uma sintonia entre os parceiros, se um for romântico demais e o outro exageradamente racional, um sedutor e o outro frio; um flexível e o outro rígido, as chances desse encontro ter ritmo pode ficar comprometida.
Sexo e dança
No sexo, como na dança, é importante que os parceiros se deixem conduzir e seduzir numa relação simbiótica. Essa troca de 'posições' pode trazer a possibilidade de descoberta e de prazer sempre renovados e excitantes.
Aprender a dançar, a fazer sexo, a dividir uma série de atividades juntos, e sem a rigidez de papéis, é uma boa dica para as frequentes queixas de monotonia nas relações seja afetiva ou sexual.
Vantagens da dança
Muitas vezes ouço queixa de rapazes que não sabem 'chegar' numa paquera, são tensos, rígidos, controlados. Isso tudo fora o medo de ser avaliado como chato e se sentir incompetente. Uma das possibilidades para ajudar a soltar essa tensão e até para estimular uma autoconfiança, pode ser um curso de dança.
Só dançar não será suficiente para construir uma autoconfiança e auto-estima ou solução para dificuldades de comunicação ou de vivência da sexualidade. Para muitas pessoas será necessária uma ajuda terapêutica, mas a dança será um estímulo muito positivo para aprender a soltar o corpo, as emoções e até para estimular o desejo.
Qual é a dança mais indicada para o casal?
Uma excelente dica é a dança de salão, pois possibilita uma maior proximidade, aprendizagem e entrosamento em relação à comunicação corporal.
Muitos homens têm receio, pois suas parceiras já sabem dançar. É importante lembrar que algumas mulheres podem saber um pouco mais, ou serem mais soltas.
Tanto na dança, como no sexo, não dá para competir quem faz mais ou melhor, o ideal é aprender a fazer e desfrutar desse prazer.
Se você esta sem parceira, muitos cursos de dança costumam fazer pares entre alunos ou com os próprios professores (as). Não espere ter uma companhia para buscar essa possibilidade, para os tímidos pode ser um excelente exercício: aprender a olhar, a chegar, conduzir, dar um ritmo diferente à vida.
Para mulheres que sentem ter um corpo mais rígido, tenso, com dificuldade de muitas vezes viver sua sensualidade, a dança do ventre pode ser uma boa dica.
Viver o prazer e a sensualidade da dança pode ser um estímulo interessante para uma vivência prazerosa da sexualidade.