Dar um chá de sumiço para ele(a) me valorizar funciona?

A ideia de que dar um chá de sumiço irá despertar curiosidade, ciúme ou mais interesse no outro, pode ser um tiro no pé; entenda

Dar um chá de sumiço pode criar um viés na percepção do seu par, que pode não favorecer um desenvolvimento de sentimentos mais profundos ou o conhecimento efetivo dele a seu respeito.

Assim, temos que ter sempre cuidado com os ditos populares, dicas de ‘expertises’. Afinal, cada pessoa é diferente da outra e cada relacionamento tem suas peculiaridades.

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Dar um chá de sumiço pode ser interpretado como:

– ‘Esta pessoa não está muito interessada’;

– ‘Ele(a) não quer se envolver’;

– ‘Parece que não o(a) agradei muito’;

– ‘Ele(a) gosta de fazer joguinho’.

E tantas outras interpretações que não vão conduzir à evolução do relacionamento.

E num relacionamento já estabelecido pode gerar questionamentos do tipo:

– ‘Esse relacionamento já deu, pois o interesse diminuiu’;

– ‘Será que o sumiço é por que tem outra(o)?’;

– ‘Vale a pena continuar nesse relacionamento?’;

– ‘Acho que não desperto mais interesse’;

– ‘Será que o(a) desagradei?’.

Enfim, inúmeras pensamentos que podem permear o parceiro. Então, será que vale a pena correr tal risco? Numa dessas sumidas o seu par pode se expor a situações que tenha contato com outras pessoas tão interessantes quanto, ou mais que você, portanto cuidado!

No entanto, o famoso dar um tempo pode ser legítimo quando uma das partes ou ambas não estão confortáveis com o caminhar da relação, mas é preferível que se fale a respeito para que isso não cause mágoa, angústia e frustração. Além disso, é conversando e manifestando possíveis desacertos ou insatisfações é que se pode chegar ao ajuste do que seja preciso cuidar. Afinal, amar é também cuidar do par ou do relacionamento.

O mito do chá de sumiço como sinônimo de autovalorização

Quando é preciso sumir para valorizar ou ser reconhecido, é sinal de que outras estruturas do relacionamento não vão bem, como por exemplo: o ‘compartilhar’ entre ambos. Afinal, é assim que se tem a oportunidade de manifestar uma comunicação de intimidade’ na qual se tem a oportunidade de falar sobre tudo; desde temas corriqueiros como os mais profundos conceitos, valores e sentimentos. E ainda, é saudável a ‘participação’ de um na vida do outro com envolvimento racional, emocional e profundo.

Portanto, cuidado para não se apegar a conselhos genéricos que não levam em consideração à sua individualidade, nem tão pouco as características do seu relacionamento.

Portanto, cuide de seu relacionamento sem fazer joguinhos, pois dessa forma você terá a oportunidade de se mostrar por inteiro(a) e conhecer profundamente o seu par. Solte-se sem medo em seu relacionamento, entregue-se aos seus sentimentos, pois isso contribuirá à naturalidade e fluidez saudáveis à relação.

Amem sempre e sejam felizes!

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Eduardo Yabusaki - Psicólogo e Sexólogo Especializado em Terapia Comportamental Cognitiva, Terapia de Casal e Terapia Sexual. Coordenador do Curso de Sexologia Clínica ministrado em diferentes cidades há mais de 15 anos. Docente convidado do Curso de Fromação em Sexologia Clínica de BH. Responsável pelo www.vidadecasalbh.com.br